Amazon venderá eletrônicos no Brasil, mas…

Inicialmente, empresa de Jeff Bezos deve trabalhar apenas no modelo de marketplace, não com venda própria

Paulo Higa
• Atualizado há 8 meses

A Amazon estreou no mercado brasileiro em 2012, mas vem operando de forma tímida, vendendo apenas livros, ebooks e Kindles. Isso deve mudar nos próximos meses: de acordo com a revista Exame, a Amazon também vai comercializar produtos do setor de eletrônicos, informática, telefonia e moda.

Mas o esquema não será o mesmo do exterior: no Brasil, a Amazon pretende trabalhar inicialmente apenas com o modelo de marketplace, segundo a publicação. Em vez de vender diretamente ao consumidor, a Amazon vai intermediar produtos de outros comerciantes, como já fazem outras gigantes do varejo nacional — que também possuem venda própria.

Ou seja, é um segundo passo em relação ao marketplace de livros. Em abril, a Amazon passou a permitir que outras editoras, sebos e pessoas físicas trabalhassem na plataforma, abrindo caminho para a venda de livros usados e aumentando a oferta de 150 mil para 300 mil obras em português. O envio fica por conta do vendedor parceiro, não da Amazon. 50% das vendas da empresa no mundo vêm de marketplace.

Resta saber se a Amazon será capaz de manter a qualidade do marketplace: lojas brasileiras, que já trabalham com o modelo, são constantemente vitrine para produtos falsificados e comerciantes que não entregam ou cobram fretes irreais. Além disso, com uma estrutura mais enxuta, é pouco provável que a Amazon ofereça as vantagens de outros países, onde a empresa tem centros de distribuição e transportadora próprios.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.