Banco Central anuncia nova fase de testes do Drex, o real digital

Nova fase de testes do Drex, a versão digital do real, começa em julho de 2024, mas implementação do sistema está atrasada

Emerson Alecrim
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Marca do Drex, composta por letras em azul o texto "by Banco Central do Brasil" embaixo. A ilustração traz ainda moedas douradas.
Banco Central anuncia fase de testes do Drex, o real digital (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Depois do Pix, o Drex é o projeto mais avançado do Banco Central (BC) para modernizar o cenário financeiro do Brasil. Trata-se de um sistema que estabelece uma versão digital do real. A implementação está em atraso, mas avança. Prova disso é que o BC vai iniciar uma nova fase de testes do sistema em julho deste ano.

Testes devem durar até o meio de 2025

A previsão é a de que esses testes durem até o final do primeiro semestre de 2025. Durante essa fase, o Banco Central avaliará principalmente a implementação de smart contracts criados e geridos por organizações que participam do sistema.

Entenda como smart contracts (contratos inteligentes) sequências de procedimentos que permitem a execução automática de transações a partir de determinadas condições.

Com essa tecnologia, as organizações poderão implementar serviços próprios com base no Dex, não precisando se limitar aos mecanismos disponibilizados pelo próprio BC. A nova fase de testes é importante para que as diversas aplicações possíveis do sistema sejam avaliadas, como o órgão explica:

Nesta nova fase do Piloto Drex, será necessário avaliar diferentes casos de uso, sempre levando em conta os requerimentos de privacidade exigidos pela legislação em vigor.

Serão incluídos no ambiente de testes ativos não regulados pelo BC. Para tanto, haverá necessidade de se assegurar a participação ativa de outros reguladores na plataforma Drex, em especial da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que já acompanha a evolução da moeda digital do Brasil.

Implementação do Drex está em atraso

Quando o Drex foi anunciado com esse nome, havia expectativa de que o sistema entrasse em operação até o fim de 2024, ainda que com um número limitado de recursos.

Mas uma série de fatores atrasou o cronograma. É de se presumir que, entre eles, esteja a operação-padrão dos servidores do Banco Central, que foi encerrada em abril e durou dez meses. Esse acontecimento também atrasou a implementação do Pix Automático.

O BC ainda não definiu uma data para o lançamento oficial do Drex. Podemos supor que, não havendo complicações ou imprevistos nas fases de testes, o sistema poderá entrar em fase preliminar de funcionamento até o fim de 2025.

Notas de real (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Notas de real (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

O que é exatamente o Drex?

Drex é uma moeda digital, ou CBDC (Central Bank Digital Currency), sigla em inglês pela qual esse tipo de ativo é conhecido. Trata-se de um projeto do Banco Central do Brasil para criar uma versão digital do real com lastro do governo e emissão centralizada.

Com isso, o Drex terá os mesmo valores, garantias e segurança do real tradicional, podendo inclusive haver troca de notas por montantes digitais e vice-versa.

Um dos mecanismos que garantirão o funcionamento do Drex é uma DLT, sigla em inglês para Tecnologia de Registro Distribuído. Trata-se de um sistema de armazenamento de dados distribuídos cuja estrutura é considerada um tipo de blockchain.

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Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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