Bancos nos EUA levam multa milionária por funcionários usarem WhatsApp e Signal

Executivos falavam sobre assuntos de negócios em aplicativos de mensagens com criptografia de ponta a ponta, impedindo investigações

Giovanni Santa Rosa
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WhatsApp
WhatsApp (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Aplicativos de mensagem como WhatsApp e Signal sempre enfatizam segurança e privacidade como qualidades. Mas, em alguns casos, isso pode ser um problema. Bancos americanos receberam multas que, somadas, chegam a US$ 549 milhões (cerca de R$ 2,7 bilhões, em conversão direta) porque seus funcionários se comunicavam por apps desse tipo.

Leis americanas exigem que comunicações sobre negócios entre executivos e funcionários de instituições financeiras sejam registradas.

No caso dos bancos punidos, seus empregados estavam usando WhatsApp, Signal e iMessage em seus dispositivos pessoais para tratar de assuntos profissionais.

Segundo a SEC, órgão dos EUA responsável por fiscalizar o setor financeiro, ao permitir comunicações por canais não-oficiais, os bancos multados deixaram de manter e preservar registros exigidos, o que vem impedindo investigações desde 2019.

A entidade afirma que tais regras existem para proteger investidores e garantir o bom funcionamento dos mercados. Gurbir S. Grewal, chefe da divisão de fiscalização da SEC, avalia que as empresas escolheram esconder estas mensagens para tentar evitar multas.

Mensagens de WhatsApp foram criptografadas ou apagadas

WhatsApp, Signal e iMessage usam criptografia de ponta a ponta. Isso significa que apenas os participantes da conversa são capazes tecnicamente de ler as mensagens trocadas. Ao mesmo tempo em que isso protege de espionagem e ações de hackers, a proteção inviabiliza investigações das mais variadas.

Além disso, a SEC acusa os funcionários dos bancos de não manter as mensagens. O WhatsApp sofre com esse tipo de problema de modo mais sério que os outros dois — como você deve saber, não é difícil perder todo o histórico de conversas ao trocar de celular.

Além da SEC, a Comissão de Negociação de Contratos Futuros de Commodities (CFTC, na sigla em inglês) também aplicou penalidades às empresas financeiras.

Entre os bancos multados, estão:

  • Wells Fargo e subsidiárias (US$ 200 milhões)
  • BNP Paribas (US$ 110 milhões)
  • Bank of Montreal (US$ 60 milhões)

Ao Ars Technica, o Wells Fargo diz que está satisfeito em resolver esta questão. Já o Bank of Montreal afirma que segue os mais altos padrões de conduta, fez melhorias relevantes em procedimentos de compliance nos últimos anos e está satisfeito por superar esta questão.

Com informações: Ars Technica, 9to5Mac, The Verge

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.

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