O Plano Nacional de Banda Larga está tão mal quanto nós imaginávamos. A diferença é que agora o próprio governo admite que se tornou impossível cumprir a meta inicial de instalar a banda larga popular de 1 Mega em mais de mil cidades até o fim do ano. A projeção feita no ano passado falava nesses mil municípios — se passar de um décimo disso é muito.
Caio Bonilha, presidente da Telebras, a empresa de telecomunicações comandada pelo governo federal, disse durante um evento em São Paulo que uma meta mais pé no chão foi preparada para o PNBL: atender 150 cidades em 2011. Acho que finalmente temos um número mais real para a popularização da internet no Brasil.
Para quem não lembra, o PNBL prevê conexões de 1 Mbps por preços a partir de R$ 35 mensais. Em regiões onde as grandes empresas de telecomunicações não lançam seus serviços ou a internet é muito cara, provedores locais podem se associar à Telebras para utilizar a infraestrutura de telecom da empresa estatal.
Segundo Bonilha, 20 provedores atualmente oferecem conexão por meio do Plano Nacional de Banda Larga. Um deles, no interior de Goiás, até fornece a internet por um preço camarada, desde que o assinante concorde em pagar o modem, cujo valor é fixado em R$ 300. Já escrevi antes sobre o assunto e volto a dizer: desse jeito a internet será tudo, menos popular neste país ainda tão pobre com exceção de alguns centros urbanos.
Quando o PNBL foi aprovado, ainda no governo anterior ao da presidente Dilma (mas não sem menos envolvimento da toda-poderosa), a ideia era de instalar a banda larga por um preço justo em mais de 4.200 cidades brasileiras até 2014. Antes do início da Copa do Mundo, portanto, para dar tempo de propagandear a nossa estrutura de internet durante os jogos. No ritmo em que está, é capaz desses milhões de brasileiros à espera de uma conexão não saibam o que é um acesso decente a partir de casa antes das Olimpíadas de 2016.
Existe urgência para que a banda larga popular de fato se torne algo popular. Pena que a burocracia e a politicagem deste país não permitem que o projeto vá para frente no tempo certo.
Com informações: G1. Foto: Flickr – Alesa Dam.
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