Blockchain do bitcoin tem links para pornografia infantil e outros conteúdos ilegais
Se você fez download do blockchain do bitcoin, pode estar em posse de conteúdo ilegal sem saber. Pesquisadores alemães descobriram que, entre os registros de transações da criptomoeda, há arquivos relacionados à pornografia infantil e links para conteúdos potencialmente ilegais.
Nem todo mundo precisa baixar o blockchain: isso é feito por quem minera a criptomoeda ou valida transações na rede, mas quem faz apenas compras e vendas pode dispensar os 160 GB. O blockchain guarda todas as operações com bitcoins e também pode armazenar conteúdo arbitrário. É aí que mora o problema: existem mais de 1,6 mil arquivos no blockchain.
Segundo os pesquisadores, 99% dos arquivos encontrados são textos ou imagens, e a maioria não representa nenhum perigo. No entanto, “também há conteúdo que pode ser considerado condenável em muitas jurisdições, como a representação da nudez de uma jovem ou centenas de links para pornografia infantil”.
“Como resultado, pode se tornar ilegal (ou já é atualmente) possuir o blockchain, que é necessário para participar do bitcoin. Portanto, conteúdos questionáveis podem colocar em risco os atuais sistemas de blockchain de bilhões de dólares”, diz o estudo. Atualmente, um bitcoin é cotado a US$ 8.924, o que deixa a criptomoeda com um valor de mercado de US$ 151 bilhões.
E como resolver isso? Talvez não exista uma solução. Como já explicamos, o blockchain consiste de blocos encadeados que carregam um conteúdo junto com uma impressão digital; o bloco posterior sempre contém a impressão digital do anterior mais seu próprio conteúdo, gerando outra impressão digital. É isso o que torna o blockchain seguro e confiável: você não pode simplesmente remover ou modificar um bloco que já foi registrado, porque isso invalidaria toda a cadeia.
Como a mineração exige baixar o blockchain do bitcoin e é uma função essencial para que a criptomoeda funcione, ter conteúdo ilegal armazenado (e sem possibilidade de exclusão) pode causar (mais) problemas futuros.
Com informações: The Guardian.
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