ChatGPT pode ser usado como “calculadora” na educação, mas com alguns cuidados

Singapura é o primeiro país a adotar o uso do chatbot em seu ensino, considerando medidas que detectem o uso indevido da tecnologia

Paula Alves
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• Atualizado há 3 meses
Inteligência artificial (Imagem: Pexels / Alex Knight)

Cada vez mais popular em todo o mundo, o ChatGPT vem se tornando uma importante pauta de discussão no meio educacional. Enquanto países como França e Austrália temem os riscos que suas facilidades podem trazer para o aprendizado, inclusive restringindo seu uso no setor, nações como Singapura decidiram “abraçar” a tecnologia, a levando com moderação para as escolas e universidades.

Após ser bloqueado em escolas de Nova York por afetar o aprendizado dos alunos, o ChatGPT vem mostrando que pode ser encarado de outra maneira no uso educacional.

O Ministério da Educação de Singapura (MOE) entendeu que a tecnologia pode ser usada como uma importante ferramenta de ajuda para seus alunos, os incentivando a aprimorar suas habilidades, sem que ela faça o trabalho pesado por eles.

No início do mês, Chan Chun Sing, Ministro da Educação do país, disse ao parlamento que grupos de discussão de educadores estão avaliando as melhores formas de explorar o chatbot no ensino, considerando que sua presença tem tudo para se tornar cada vez mais difundida entre a população.

“Como acontece com qualquer tecnologia, o ChatGPT e ferramentas semelhantes de IA generativa apresentam oportunidades e desafios para os usuários. […] Nossos educadores ainda ensinarão os alunos a entender conceitos fundamentais e orientarão os alunos contra o desenvolvimento de uma dependência excessiva de ferramentas tecnológicas.”

ChatGPT (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
ChatGPT (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

O ministro chegou a fazer uma relação entre o uso da ferramenta com a inserção da calculadora na educação. Segundo ele, esse é o tipo de ferramenta que pode ser útil quando já se dominam conceitos básicos e habilidades de raciocínio, de maneira que ele funciona apenas como um facilitador de algo que já se domina.

Escolas adotam medidas “anti trapaça”

Embora na teoria esse tipo de entendimento funcione muto bem, na prática, há muitas dificuldades para fazer com que o ChatGPT seja de fato usado apenas como uma ferramenta auxiliar.

Umas das principais preocupações está relacionada ao seu uso para plagiar conteúdos. Um receio que levou as instituições de ensino a adotarem medidas educadoras sobre a sua utilidade, mas também que detectem possíveis “trapaças” realizadas por alunos.

Na prática, isso quer dizer que concomitante ao uso da ferramenta, as instituições continuaram a aplicar testes de avaliação e proficiência nos estudantes, avaliando detalhes de seu progresso que não podem ser aprendidos ou emprestados de uma IA.

Código em Python escrito pelo ChatGPT (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Código em Python escrito pelo ChatGPT (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Da mesma forma, foi dada ainda mais evidência ao desenvolvimento de habilidades de aprendizado e de estímulo ao pensamento; conhecimentos que não podem ser adquiridos por nenhuma ferramenta tecnológica, mas podem ser estimulados de diversas maneiras no ambiente educacional.

Por fim, também buscou-se desenvolver processos que identifiquem o uso indevido da tecnologia, ajudando a dedurar respostas incomuns, que podem ter sido geradas pelo ChatGPT.

Singapura tem ensino reconhecido mundialmente

Vale lembrar que Singapura é o primeiro país a adotar e falar tão abortamento sobre o uso do chat em seu sistema educacional, buscando maneiras de inserir a ferramenta com sabedoria no setor.

Nesse quesito, é importante destacar que o país, atualmente, conta com algumas das melhores universidades do mundo, sendo a National University of Singapore, a universidade de melhor classificação da Ásia – e 11ª no ranking mundial.

Com informações: The Straits Times, Gizmochina e ZDNet

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Paula Alves

Paula Alves

Repórter

Paula Alves é jornalista especialista em streamings e cultura pop. Formada pela Unesp (Universidade Estadual Paulista), antes do Tecnoblog, trabalhou por sete anos com jornalismo impresso na Editora Alto Astral. No digital, escreveu sobre games e comportamento para a Todateen e sobre cinema e TV para o Critical Hits. Apaixonada por moda, já foi assistente de produção do SPFW.

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