EUA bloqueiam R$ 130 mi em criptomoedas ligadas a fraude no Brasil
Esquema de pirâmide da InDeal prometia retorno de 15% com criptomoedas; empresa chegou a 55 mil investidores
Esquema de pirâmide da InDeal prometia retorno de 15% com criptomoedas; empresa chegou a 55 mil investidores
A InDeal Consultoria em Mercados Digitais coordenava um esquema de pirâmide financeira, prometendo retorno de 15% em um mês ao investir em criptomoedas; ela foi alvo da Operação Egypto, realizada pela Polícia Federal e Receita Federal no ano passado. E neste ano, o Ministério da Justiça conseguiu que o governo dos EUA bloqueasse US$ 24 milhões — ou quase R$ 130 milhões — ligados à empresa.
O Departamento de Justiça (DoJ) dos EUA explica que bloqueou esse valor em criptomoedas que pertencem a Marcos Antônio Fagundes, sócio da InDeal. Ele é acusado de gestão fraudulenta, apropriação indébita e lavagem de dinheiro.
A investigação da PF aponta que Fagundes e outros réus arrecadavam fundos de investidores prometendo altas taxas de retorno, como 15% em um mês, ao aplicar em criptomoedas.
No entanto, apenas uma pequena quantidade dos fundos foi realmente usada para adquirir criptoativos. Segundo a PF, os sócios da InDeal aplicavam parte do dinheiro em investimentos convencionais, como renda fixa (!); e gastavam o restante em imóveis, carros de luxo e pedras preciosas.
De acordo com a Receita Federal, uma das contas da InDeal recebeu mais de R$ 700 milhões entre agosto de 2018 e fevereiro de 2019. A empresa era sediada em Novo Hamburgo (RS), mas chegou a cerca de 55 mil investidores em 26 estados brasileiros. Ela não tinha autorização do Banco Central nem da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
O DoJ afirma estar trabalhando em estreita cooperação com as autoridades brasileiras, com o FBI e com o US Marshals Service (unidade de polícia federal dos EUA). As criptomoedas serão reservadas para confisco, a fim de restituir os investidores.