Ex-NSA cria app para impedir o rastreamento de dados de crianças no iPhone
Do Not Track Kids, como é chamado, já está disponível na App Store; para usá-lo é preciso pagar R$ 25,90 por mês ou R$ 127,90 anualmente
Do Not Track Kids, como é chamado, já está disponível na App Store; para usá-lo é preciso pagar R$ 25,90 por mês ou R$ 127,90 anualmente
Um novo app para iPhones e iPads quer ser o verdadeiro escudo de privacidade para os pequenos. O Do Not Track Kids (literalmente, “Não Rastreie Crianças”) visa ajudar os pais a terem um melhor controle sobre os dados de seus filhos. A mente por trás dessa solução é ninguém menos que Patrick Jackson, ex-pesquisador da Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA).
Na prática, o aplicativo é executado em segundo plano no dispositivo. Quando ativo, o Do Not Track Kids bloqueia as empresas que coletam informações pessoais sobre crianças — e adultos também. O app, na verdade, funciona freando conexões indevidas feitas com companhias de publicidade e data brokers.
Em entrevista ao Washington Post, Johnson diz que seu aplicativo é diferente de um bloqueador de anúncios porque o intuito não é somente bloquear a maior quantidade de propagandas. “Nós bloqueamos anúncios que rastreiam você. E acontece que muitos dos piores anúncios da internet estão rastreando”, acrescentou.
Para usar o app é preciso pagar uma taxa mensal que, aqui no Brasil, custa R$ 25,90 ou a anual, que sai por R$ 127,90. Para configurá-lo, basta ir nos Ajustes do iPhone ou iPad e dar permissão ao Do Not Track Kids. O caminho é simples: vá em Geral, depois em Gerenciamento de VPN e Dispositivo e, por fim, em DNS.
Após isso, o aplicativo é executado em segundo plano. Ainda assim, há a opção de configurar determinadas flexibilidades. Dessa forma, o usuário pode ajustar se o app deve ser mais ou menos rigoroso ao bloquear conexões com empresas como a Amazon, o o Google, o Snapchat e o TikTok.
Jackson, hoje, atua como diretor de tecnologia da Disconnect, desenvolvedora de softwares voltados para a privacidade. Suas principais soluções são usadas para deixar navegadores como o Edge, da Microsoft, e o Firefox, da Mozilla, ainda mais seguros.
Tal como o WP aponta, coletar dados de crianças menores de 13 anos sem o consentimento dos pais é contra a lei, pelo menos nos EUA. Contudo, o site aponta que ela não é aplicada.
Já aqui no Brasil, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) diz que os dados de crianças só podem ser coletados sem a permissão de um responsável em dois casos: quando necessária para contatar os pais ou para a proteção da criança.
De acordo com uma análise da Pixelate, mais de dois terços dos 1.000 apps mais populares para iPhones usados pelas crianças coletam seus dados e enviam para empresas de publicidade.
Ainda que a Apple bata na tecla de que no iOS/iPadOS é possível o usuário escolher se quer compartilhar os dados ou não, muitas empresas já desenvolveram formas de driblar isso.
Embora o Do Not Track Kids cumpra o que promete, evitando que grandes companhias rastreiem as crianças, é preciso que os pais também façam sua parte para que seus filhos estejam em um ambiente virtual seguro.
Em sua página na App Store, o aplicativo promete não coletar informações inseridas em sites ou aplicativos. Dessa forma, é de extrema importância ficar atento às ameaças que vão muito além do rastreamento e da coleta de dados dos pequenos.
Com informações: The Washington Post
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