Facebook encerra programa de Wi-Fi de baixo custo no Brasil e mais países
Express Wi-Fi, do Facebook em parceria com operadoras locais, estava presente em mais de 30 países, incluindo o Brasil
Express Wi-Fi, do Facebook em parceria com operadoras locais, estava presente em mais de 30 países, incluindo o Brasil
A Meta, dona do Facebook, encerrou o mês de janeiro botando fim a um projeto que levava internet de baixo custo a regiões carentes de países em desenvolvimento. O Express Wi-Fi, como a iniciativa era chamada, estava disponível em mais de 30 países, incluindo o Brasil.
O programa foi criado em 2016 e funcionava por meio de parcerias com empresas de telecomunicação locais. O site do Express Wi-Fi revela que, no Brasil, havia acordos de prestação de serviço com as seguintes companhias: EasyTV, Hispasat e Hughes, as três focadas em acesso à internet a partir de satélites. Também havia parcerias com a WCS e a Aloo Telecom para infraestrutura a partir de cabos.
Em todos os casos, os acordos previam que os parceiros instalassem redes Wi-Fi em áreas específicas — geralmente, comunidades carentes — para oferecer acesso à internet com preços acessíveis ou, dependendo do caso, sem cobrança para o usuário.
A WCS, por exemplo, instalou, em 2021, uma infraestrutura de internet para oferecer Wi-Fi gratuito na Comunidade do Moinho, em São Paulo (SP), por meio de uma parceria com a Associação Espaço Curumim.
Já a EasyTV e Hispamar fizeram uma parceria para instalar pontos de Wi-Fi no Maranhão com a proposta de o usuário comprar vouchers para pacotes de dados.
Para o Facebook, o Express Wi-Fi tinha um objetivo um tanto óbvio: aumentar a base de usuário de suas redes sociais. A implementação do programa em países em desenvolvimento não surpreende: a companhia sabe que, para crescer em número de usuários, precisa buscar aqueles que têm pouco ou nenhum acesso à internet.
Não por acaso, o Express Wi-Fi também estava presente em países como África do Sul, Argentina, Índia, Indonésia, Tailândia e Uganda. Aparentemente, o projeto era liderado por uma equipe baseada em Israel, porém.
Os motivos não ficaram claros. No comunicado oficial, a Meta informa apenas que direcionará os seus esforços a outros projetos de acesso à internet e que trabalhará “junto aos parceiros do Express Wi-Fi para minimizar o impacto sobre os seus negócios e sobre a conectividade de seus clientes”.
Porém, uma publicação recente do Wall Street Journal revela que serviços de acesso gratuito à internet da Meta vinham gerando cobranças indevidas a usuários de países como Paquistão. Além disso, há a suspeita de que o Discover, aplicativo para internet gratuita do Facebook, esteja priorizando o conteúdo da plataforma em detrimento de outros sites. Talvez — e apenas talvez — o cancelamento do Express Wi-Fi tenha ligação com esses problemas.
Outra possibilidade é a de que o programa simplesmente não estivesse tendo o alcance esperado.