Facebook lança recurso de privacidade Clear History após um ano de atraso

Facebook diz que Clear History reduz monitoramento de sua atividade em outros sites; recurso não apaga dados coletados

Felipe Ventura
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• Atualizado há 2 anos e 10 meses
Facebook Clear History

Há mais de um ano, Mark Zuckerberg prometeu um recurso de privacidade no Facebook chamado Clear History, que iria reduzir o monitoramento de sua atividade em outros sites. Após uma longa espera, essa função está disponível para usuários na Coreia do Sul, Espanha e Irlanda; ela chegará a mais países “nos próximos meses”. No entanto, isso não apaga os dados que outros sites coletaram sobre você.

Se você estiver logado no Facebook e visitar um site com o botão Curtir, sua atividade de navegação pode ser repassada para a rede social. O mesmo acontece se a página usar o rastreamento do Facebook Pixel ou outras ferramentas para negócios.

A ideia é personalizar anúncios: por exemplo, você visita uma loja online e procura por modelos de tênis; o site repassa isso para o Facebook, que passará a exibir mais anúncios sobre tênis no feed de notícias, Instagram e Messenger.

Essas informações agora estão reunidas em uma seção chamada Atividade fora do Facebook, dentro das configurações de conta. Você poderá ver as informações coletadas por outras empresas e repassadas à rede social, seja ao utilizar apps ou visitar sites.

O recurso está disponível apenas na Coreia do Sul, Espanha e Irlanda por enquanto, mas chegará a mais países em breve. “Expandiremos o recurso ao mundo todo nos próximos meses, a fim de garantir que ele funcione de maneira confiável para todos”, diz o Facebook em comunicado.

Clear History não apaga dados coletados fora do Facebook

Facebook Clear History

Há uma opção “Clear History” (excluir histórico), aquela que vem sendo preparada há mais de um ano. Porém, ao contrário do que o nome indica, isso não apaga os dados que outros sites coletaram sobre você: o botão apenas desvincula esses dados de seu perfil do Facebook.

“Se você excluir seu histórico online, removeremos suas informações de identificação dos dados que os aplicativos e os sites escolhem nos enviar”, explica o Facebook. “Nós não saberemos em qual site você esteve ou quais foram suas ações na internet e não usaremos nenhum dos dados que você desvincular para lhe direcionar anúncios.”

O usuário pode desvincular sua atividade em sites específicos ou em todos os sites. Isso não desativar a coleta de dados sobre sua atividade fora do Facebook, apenas impede que isso seja vinculado ao seu perfil.

Se você quiser impedir a coleta de dados em outros sites, terá que recorrer a soluções fora do Facebook. Por exemplo, você pode acessar determinadas páginas em modo anônimo; usar extensões de privacidade como o Disconnect ou o Ghostery; ou usar navegadores que bloqueiam rastreadores como o Firefox ou o novo Microsoft Edge.

Quem usar o Clear History verá o mesmo número de anúncios no Facebook, Instagram e Messenger; no entanto, eles serão menos personalizados. “Sabemos que haverá um impacto nos nossos negócios, mas acreditamos que oferecer às pessoas o controle sobre os dados delas é mais importante”, diz a rede social.

Mark Zuckerberg na F8 2018

O Clear History foi apresentado em 2018, na conferência F8, como uma iniciativa de privacidade após o escândalo Cambridge Analytica. David Baser, que lidera a equipe de privacidade no Facebook, diz que o recurso demorou porque foi necessário mudar a forma como os dados dos usuários são armazenados.

Baser explicou anteriormente que a rede social armazenava dados de navegação por data e hora, não pelo usuário correspondente, então não havia um jeito fácil de visualizar as informações coletadas sobre uma determinada pessoa.

Com informações: Facebook.

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Ex-editor

Felipe Ventura fez graduação em Economia pela FEA-USP, e trabalha com jornalismo desde 2009. No Tecnoblog, atuou entre 2017 e 2023 como editor de notícias, ajudando a cobrir os principais fatos de tecnologia. Sua paixão pela comunicação começou em um estágio na editora Axel Springer na Alemanha. Foi repórter e editor-assistente no Gizmodo Brasil.

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