Facebook pode processar Apple por práticas anticompetitivas

Rede social ainda questiona regras da App Store; Apple faz críticas veladas em evento do Dia Internacional da Privacidade de Dados

Ana Marques
• Atualizado há 2 anos e 11 meses
App Store no iPhone (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)
App Store no iPhone (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)

Mais farpas foram trocadas entre Apple e Facebook nesta quinta-feira (28) – a empresa de Mark Zuckerberg pode estar planejando processar a gigante de Cupertino por práticas anticompetitivas, em consequência das regras da App Store. De acordo com o site The Information, o Facebook prepara o processo antitruste há meses e conta com o auxílio de consultores jurídicos externos.

O relatório cita algumas fontes anônimas que teriam conhecimento direto dos esforços do Facebook, e alega que a rede social vem montando um dossiê para convencer a Justiça de que a Apple estaria abusando de seu amplo poder no mercado de smartphones para obrigar desenvolvedores a obedecerem às regras da App Store quando “nem mesmo os próprios apps da Apple cumprem” tais políticas.

Ainda não há nenhuma posição oficial do Facebook sobre o processo, mas a informação chega após uma onda de protestos da rede social contra a Apple. A empresa também se manifestou sobre a rival em um comunicado ao CNET:

Como dissemos repetidamente, acreditamos que a Apple está se comportando de forma anticompetitiva, usando seu controle da App Store para beneficiar seus resultados financeiros às custas dos desenvolvedores de aplicativos e pequenas empresas.

Para Zuckerberg, a Apple é uma de suas “maiores concorrentes”. O fundador do Facebook faz duras críticas às restrições da App Store afirmando que tais regras são pensadas em benefício próprio e “impactam o crescimento de milhões de empresas em todo o mundo”.

Google se adapta às políticas de privacidade da Apple

Por outro lado, o Google já está se adaptando às novas políticas de privacidade do iOS 14, que entram em vigor em breve. Na última quarta-feira (27), a empresa anunciou que trocará determinadas tecnologias de rastreamento presentes em seus apps para iPhone/iPad para se adequar às exigências da Apple.

Softwares populares, como o Google Maps e o YouTube, usam uma ferramenta de monitoramento chamada de IDFA, que rastreia usuários por meio de um identificador exclusivo. Esse tipo de ferramenta, com as novas regras de transparência da Apple, irá gerar uma notificação solicitando ao usuário a permissão para a coleta/rastreamento de dados.

Com a troca de tecnologia, o Google não usará IDFA, e sim outro sistema identificador, o SKAdNetwork, o que fará com que esses esses prompts não sejam exibidos. No entanto, essa segunda ferramenta é mais limitada, e o Google afirma estar pressionando a Apple para melhorá-la. “Estamos trabalhando muito para entender e cumprir as diretrizes da Apple para todos os nossos aplicativos na App Store”, comentou a empresa.

Apple critica políticas de privacidade o Facebook

"Privacy" (Imagem: Reprodução/Apple)

“Privacidade” (Imagem: Reprodução/Apple)

Sim, tem mais. Nesta quinta-feira (28), Tim Cook soltou umas boas indiretas (bem diretas, por sinal) para o Facebook durante um painel sobre o Dia Internacional da Privacidade de Dados.

O CEO da Apple afirmou que “se um negócio é construído com base em usuários enganosos, na exploração de dados, em escolhas que não são escolhas, então ele não merece elogio. Ele merece reforma”, sem citar a rede social.

Quais são as consequências de priorizar as teorias da conspiração e o incitamento violento simplesmente por causa de suas altas taxas de envolvimento? Quais são as consequências de não apenas tolerar, mas recompensar o conteúdo que mina a confiança do público nas vacinas que salvam vidas? O que são as consequências de ver milhares de usuários ingressarem em grupos extremistas?

Tim Cook

De acordo com Craig Federighi, vice-presidente sênior de engenharia de software da Apple, “privacidade significa paz de espírito”. O executivo ressaltou que o objetivo da empresa é criar tecnologia para manter as informações dos usuários seguras, e que isso é um direito humano fundamental.

Com informações: CNET (1, 2 e 3) e Apple

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Ana Marques

Ana Marques

Gerente de Conteúdo

Ana Marques é jornalista e cobre o universo de eletrônicos de consumo desde 2016. Já participou de eventos nacionais e internacionais da indústria de tecnologia a convite de empresas como Samsung, Motorola, LG e Xiaomi. Analisou celulares, tablets, fones de ouvido, notebooks e wearables, entre outros dispositivos. Ana entrou no Tecnoblog em 2020, como repórter, foi editora-assistente de Notícias e, em 2022, passou a integrar o time de estratégia do site, como Gerente de Conteúdo. Escreveu a coluna "Vida Digital" no site da revista Seleções (Reader's Digest). Trabalhou no TechTudo e no hub de conteúdo do Zoom/Buscapé.