O Facebook não sai do noticiário de tecnologia devido a uma série de crises relacionadas à privacidade: além do escândalo Cambridge Analytica, a empresa enfrentou críticas por coletar o histórico de ligações e os metadados de mensagens de texto em dispositivos com Android. Agora, a rede social promete reduzir a coleta dessas informações.

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Para que a coleta seja feita, o usuário deve conceder as permissões necessárias no Android. Mas nem todo mundo percebia o que estava fazendo, porque a tela era disfarçada de um recurso para “encontrar seus amigos mais facilmente”. O problema só veio à tona em março, quando usuários que baixaram seus dados do Facebook perceberam que nomes, números de telefone e durações de chamadas vieram junto.

Em comunicado, o Facebook diz que “revisou o recurso para confirmar que não coleta o conteúdo das mensagens de texto e vai deletar todos os registros mais antigos que um ano”. No futuro, segundo a rede social, o aplicativo “só enviará para os nossos servidores as informações necessárias para oferecer o recurso, não dados mais abrangentes, como o horário das chamadas”.

Vale lembrar que a coleta dos históricos de chamadas e SMS só era possível no Android. No iOS, a liberação do acesso a esses dados é concedida pela própria Apple apenas para aplicativos específicos, como os que bloqueiam spam. O aplicativo do Facebook não tinha essa permissão.

A postura do Facebook em reduzir a coleta de dados chega em meio ao escândalo Cambridge Analytica, que afetou mais pessoas do que se imaginava inicialmente: 87 milhões (incluindo 443 mil no Brasil), não 50 milhões. As alterações na API do Facebook que libera dados de usuários a aplicativos de terceiros foram profundas, e até deixaram o Tinder sem funcionar.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.