Facebook vai contratar 3 mil pessoas para revisar vídeos de violência
Você já deve ter se deparado com vídeos de violência no feed de notícias do Facebook. Esse tipo de conteúdo é tão presente por lá que a empresa decidiu agir: 3 mil funcionários serão contratados nos próximos meses só para filtrar publicações inapropriadas. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (3) pelo próprio Mark Zuckerberg.
Provavelmente, a decisão tem relação com a promessa feita pelo Facebook no mês passado de apagar rapidamente vídeos violentos. Apesar de o problema ser antigo, a companhia passou a ser duramente criticada por não agir rápido contra esse tipo de conteúdo depois que um homem matou um senhor de 74 anos nos Estados Unidos e divulgou o vídeo da ação no Facebook.
A principal crítica diz respeito ao tempo que o serviço leva para analisar um conteúdo suspeito e então executar a ação cabida. Segundo Zuckerberg, os 3 mil novos funcionários estão sendo contratados justamente para agilizar os processos de revisão. Eles se juntarão a um time global de 4,5 mil pessoas que já lidam com isso.
Zuckerberg também explicou que, além de vídeos, os revisores trabalham na remoção de todo tipo de conteúdo relacionado a outras violações dos termos de uso da rede social, como discursos de ódio e exploração infantil.
O melhor jeito de o Facebook descobrir um conteúdo inapropriado é recebendo denúncias de usuários. O problema é que, conforme explicamos aqui, o procedimento para reportar uma publicação é mais trabalhoso do que deveria ser.
Por conta disso, Zuckerberg reforçou que a rede social simplificará os meios de denúncias e enfatizou o quão importante é analisá-las com rapidez: foi graças a um alerta que, na semana passada, o Facebook conseguiu avisar as autoridades e impedir que um usuário cometesse suicídio.
São medidas bem-vindas, certamente, mas que podem não ser suficientes devido ao número gigantesco de usuários que a rede social possui. É por isso que, além de análise humana, o Facebook desenvolve ferramentas para filtrar conteúdo nocivo automaticamente. Mas essa também é uma tarefa complicada: os algoritmos ainda não conseguem pegar todo tipo de conteúdo proibido e, pior, podem bloquear publicações legítimas.
Apesar disso, a melhor abordagem parece ser mesmo a de combinar revisão humana com filtragem automática: o Facebook já vem fazendo isso, por exemplo, para coibir a chamada pornografia de vingança (revenge porn), outro problema sério na rede social.