Fundador do Telegram desmente três mitos sobre o app
Pavel Durov revela que o mensageiro é alvo de bots propagadores de fake news em redes sociais e faz acusações ao Facebook
Pavel Durov revela que o mensageiro é alvo de bots propagadores de fake news em redes sociais e faz acusações ao Facebook
O fundador do Telegram, Pavel Durov, fez um pronunciamento nesta sexta-feira (08), em seu canal no mensageiro. No comunicado, o empreendedor desmente três mitos sobre o aplicativo – dentre eles o de que o programa é russo. Além disso, Parov afirma que o Telegram é vítima de bots que propagam fake news nas redes sociais.
O post é majoritariamente uma provocação ao Facebook, e ecoa em um contexto no qual muitos usuários afirmam que pretendem deixar o WhatsApp devido à última atualização nos Termos de Serviço do mensageiro.
Entretanto, Durov traz algumas outras informações importantes sobre o Telegram, que visam desmentir fake news que estariam sendo disseminadas por bots.
A primeira informação relevante diz respeito ao código do Telegram. Durov garante que todos os apps clientes do Telegram são open-source desde 2013, e que seus processos de criptografia e API são revisados “milhares de vezes” por especialistas em segurança – além de serem documentados para auditorias.
Ele ainda alfineta o WhatsApp ao dizer que o app supostamente “ofusca” seu código para dificultar a verificação de seus processos de criptografia e privacidade.
É comum encontrar memes e comentários irônicos relacionados à origem russa do Telegram, além de acusações de que as informações dos usuários seriam interceptadas pelo governo do país. Mas, ao contrário do que muitos pensam e propagam nas redes sociais, o Telegram não tem servidores ou escritórios na Rússia.
Sua sede atual fica em Dubai. De acordo com Durov, o Telegram foi bloqueado em território russo de 2018 a 2020. Em 2017, o app teve que pagar multa por se recusar a fornecer dados ao governo russo.
A bandeira mais defendida por Durov é a de privacidade e segurança de dados. E é claro que ele não deixaria de reforçar que o Telegram conta com criptografia desde seu lançamento. O fundador do mensageiro ressalta ainda alguns recursos bastante populares, como os chats secretos com criptografia de ponta-a-ponta e o armazenamento em nuvem.
Além de defender a sua plataforma, o fundador do Telegram aproveitou a publicação para fazer algumas acusações mais pesadas ao Facebook, no entanto, as informações vieram sem grande embasamento.
Em primeiro lugar, o empreendedor sugere que a empresa de Mark Zuckerberg estaria destinando verbas de Marketing para editar artigos na Wikipédia, com o intuito de manipular informações sobre o WhatsApp.
De fato, é possível identificar que houve edições feitas por usuários pagos por meio de uma nota na antiga página destinada ao mensageiro, mas a própria Wikipédia afirma que não encontrou nenhum problema de imparcialidade ou publicidade nestas alterações e, portanto, removeu o antigo aviso sobre as potenciais edições.
Por fim, Durov afirma (novamente sem fornecer alguma comprovação) que o Facebook teria um departamento inteiro dedicado a “estudar” o segredo para a popularidade do Telegram:
Ouvi dizer que o Facebook tem um departamento inteiro dedicado a descobrir por que o Telegram é tão popular. Imagine dezenas de funcionários trabalhando exatamente nisso em tempo integral.
Estou feliz por economizar dezenas de milhões de dólares no Facebook e dar nosso segredo de graça: respeite seus usuários.
Pavel Durov, fundador do Telegram
A disputa entre os mensageiros pode ficar ainda mais acirrada: o Telegram mantém ritmo de crescimento e conta com 500 milhões de usuários. O mensageiro foi frequentemente usado como uma espécie de “refúgio” quando o WhatsApp sofreu com bloqueios no Brasil há alguns anos.
Atualmente, a plataforma criada por Durov se concentra em encontrar meios para gerar receita – o que deve acontecer por meio de anúncios em canais públicos.
Com informações: Pavel Durov (via Telegram)