Quase nenhuma profissão vai ficar imune aos avanços da inteligência artificial. O Google acaba de ensinar uma máquina a editar fotografias como um profissional, e os primeiros resultados são promissores.

O que diferencia uma edição profissional de uma amadora? É claro que o profissional tem mais estudo e experiência, mas muitas vezes são levados em conta fatores subjetivos na hora de avaliar uma imagem. O Google treinou a máquina para aprender esses fatores: ela foi apresentada a uma coleção de pares de fotos cruas e editadas por profissionais, e depois foi convidada a aplicar as técnicas por conta própria.

Na prova de fogo, a inteligência artificial “editou” cerca de 40 mil fotos panorâmicas extraídas do Google Street View e tiradas em parques do Canadá, Estados Unidos e Itália. O computador recortou as fotos, melhorou a saturação, o alcance dinâmico e a iluminação, e também definiu a composição da cena.

Pouca gente botaria defeito nos resultados. Esta foto do Street View, do Parque Nacional Jasper, no Canadá…

Virou isto aqui com a edição da inteligência artificial:

E esta foto pouco inspirada de Interlaken, nos Alpes suíços…

Foi recortada e melhorada para se transformar nisto:

Ninguém daria muita atenção para esta imagem, do Parco delle Orobie Bergamasche, na Itália:

Mas para esta sim:

Para determinar melhor a qualidade da edição das fotografias, o Google chamou fotógrafos humanos profissionais, que deram uma nota de 1 a 4, sendo que “1” é uma foto comum tirada sem preocupação com composição ou iluminação, e “4” é uma foto editada por um profissional. Resultado: 40% das imagens foram julgadas como semi-profissionais ou profissionais.

A intenção, claro, não é substituir completamente um fotógrafo profissional — mas usuários comuns já podem esperar as novidades para criar fotografias melhores no Google Fotos e outros softwares no futuro.

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Escrito por

Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.