Google deverá ser investigado por práticas anticompetitivas no Android e na busca
Investigações sobre monopólio por empresas de tecnologia também englobam Apple, Amazon e Facebook
Investigações sobre monopólio por empresas de tecnologia também englobam Apple, Amazon e Facebook
O governo dos Estados Unidos já havia definido uma investigação sobre práticas anticompetitivas do Google com relação à publicidade. Agora, as análises devem ser expandidas também para os serviços de busca e do Android. Amazon, Apple e Facebook também estão na mira do Departamento de Justiça dos EUA (DoJ).
A investigação partiu do procurador-geral do Texas, Ken Paxton, que anunciou a investida em setembro, quando também se manifestou contra o domínio da empresa no mercado de publicidade. O faturamento do Google chegou a US$ 116 bilhões no ano passado e os anúncios são vistos em praticamente todos os produtos da plataforma. O objetivo é descobrir se a empresa usou alguma vantagem para dominar esse mercado.
Além dele, outros 50 procuradores-gerais de 50 estados dos Estados Unidos apoiaram a causa. O presidente Donald Trump é um dos que clama por investigações das empresas de tecnologia como Google e Facebook por entender que elas reprimem manifestações de conservadores.
A busca do Google é a porta de entrada para coleta de dados de usuários e segmentação de anúncios e serviços. Em 2017, por exemplo, a empresa foi multada em 2,4 bilhões de euros por priorizar o Google Shopping nos resultados da pesquisa. Acredita-se que o Google aproveita essa vantagem — a do controle sobre os resultados de pesquisa dos usuários — para favorecer serviços próprios como de reserva de viagens, hotéis, mapas, resenhas, etc.
Quanto ao Android, a empresa também já foi multada em 4,3 bilhões de euros pela União Europeia em decorrência das práticas anticompetitivas do sistema operacional móvel. A questão é que o Google exige que as fabricantes pré-instalem o pacote de serviços da companhia (Play Store, Gmail, Chrome, Maps) em troca da licença do Android. Isso diminuiria as chances de outras empresas ganharem espaço dentro da plataforma.
A Amazon e o Facebook passaram por investigações semelhantes, para saber se aquisições feitas por essas empresas têm prejudicado a concorrência. A compra do WhatsApp e Instagram são exemplos claros do domínio da plataforma para além da rede social “principal” — Snapchat que o diga.
Quanto à Apple, a preocupação é de que a empresa desfavoreça outros serviços a partir da App Store. O Spotify já registrou queixa quanto à taxa cobrada para as compras dentro da loja de aplicativos da maçã.
Em se tratando do Spotify Premium, por exemplo, o serviço de streaming sairia em desvantagem ao cobrar a mesma mensalidade do Apple Music pela App Store, já que uma fatia da receita também iria para as mãos da Apple. E, ao aumentar o valor da mensalidade do serviço, incentivaria a migração de usuários para outras plataformas.
Com informações: CNBC.
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