Google é acusado de monopólio e responde apontando para concorrentes
Alphabet, dona do Google, é alvo de ação antitruste do Departamento de Justiça dos Estados Unidos por monopólio de anúncios; empresa emitiu comunicado sobre o tema
Alphabet, dona do Google, é alvo de ação antitruste do Departamento de Justiça dos Estados Unidos por monopólio de anúncios; empresa emitiu comunicado sobre o tema
O governo americano, através do seu Departamento de Justiça, abriu uma nova ação antitruste contra a Alphabet, dona do Google. O DoJ (sigla do órgão em inglês) acusa a empresa de monopolizar o setor de anúncios online. A ação judicial pede que a Alphabet venda a sua divisão de ads para diminuir a sua presença no segmento.
O processo antitruste do Departamento de Justiça, órgão equivalente ao Ministério da Justiça, não é o primeiro contra o Google. Na última vez, em 2020, o monopólio do Google sobre o mercado de buscas foi questionado pelo DoJ. O órgão acusa a Alphabet de práticas anticompetitivas no negócio de anúncios.
Na ação antitruste, o Departamento de Justiça, junto com outro oitos estados, afirma que o Google realizou práticas como compra de competidores e força o uso das suas ferramentas de anúncios. O DoJ ainda acusa a empresa de manipular os leilões dos ads.
De acordo com uma publicação do Axios, a Meta e a Alphabet representam, juntas, mais de 50% do mercado de ads da internet. Os dados do Insider Intelligence, o Google possui 28,8% da fatia de anúncios, enquanto a Meta e suas redes sociais representam 19,6%.
Porém, o principal problema apontado pelo DoJ é que o Google tem um monopólio ao “abraçar” as duas pontas dos anunciantes. De um lado, o DoubleClick for Publishers permite que os sites com espaços de anúncio livres, do outro, fornece a ferramenta para as empresas colocarem os seus ads.
O DoubleClick for Publishers possui 90% do mercado, enquanto o Google Ads tem 80%. O Display & Video 360, focado em grandes empresas e agências de publicidade, conta com 40% de presença. Já o Ads Exchange, que “casa” quem quer vender espaço com quem quer anunciar, representa 50% do mercado.
A solução apresentada pelo Departamento de Justiça é a venda da divisão de anúncios — algo dito de maneira sutil na ação. Para a Alphabet, o órgão quer reescrever a história às custas de anunciantes e usuários da internet.
O “reescrever a história” vem do fato do Google ter comprado a AdMeId e a DoubleClick há 12 e 15 anos atrás, respectivamente. As duas aquisições da Big Tech foram aprovadas por reguladores americanos. Na teoria, esses profissionais são um obstáculo contra a criação de monopólios e de práticas anticompetitivas.
Jogando coisas no ventilador, o Google aponta que a Microsoft comprou a Xandr, empresa de anúncios que segue o modelo de atender anunciantes e sites com espaço para anúncios. Como bem destaca a empresa, foi essa parceria que levou a Microsoft a atender os ads dentro da Netflix.
No comunicado, a Alphabet também relata que o serviço de anúncios Amazon cresce mais rápido que o serviço de Ads do Google da Meta. A empresa liderada por Sundar Pichai mostra ainda que a Apple, Disney, Comcast, Walmart e Target estão expandindo sua atuação na área de anúncios online.
A chuva de dedos apontados do Google sobrou até para o outro lado do mundo. No comunicado, a Alphabet relembra que o TikTok lucrou, pelo que foi especulado, US$ 10 bilhões com anúncios nos últimos cinco anos e continua a crescer. Ou seja, o Google se defendeu mostrando que está quase ficando para trás na concorrência.
Independente de estar ou não vendo o bonde passar, o fim dessa ação judicial não será uma história inédita: não vai dar em nada.
Com informações: Ars Technica e Android Police