Google paga mais para empresas que atualizam o Android

Em depoimento, CEO do Google revela que divisão de receitas prevê fatias maiores para fabricantes que disponibilizam updates de segurança

Giovanni Santa Rosa

Em mais uma revelação sobre os bastidores da indústria feita aos tribunais, Sundar Pichai, CEO do Google, contou que o acordo da empresa com as fabricantes de celulares prevê pagamentos maiores para quem oferece atualizações de segurança do Android.

Pichai trouxe essa informação na terça-feira (31), ao ser questionado sobre os acordos do Google com as fabricantes de smartphones Android, como Samsung, Motorola, HTC e outras.

Sundar Pichai (CEO) no Google I/O 2022 (imagem: divulgação/Google)
Sundar Pichai (CEO) no Google I/O 2022 (Imagem: Divulgação/Google)

O sistema operacional tem o Google como buscador padrão, obviamente, além de outros componentes ligados a serviços da empresa, como a Play Store e os Play Services. As fabricantes recebem uma parte das receitas da busca.

Pichai explicou que essa fatia é maior para quem disponibiliza as atualizações de segurança do Android. O CEO reconheceu que as empresas, às vezes, têm outras prioridades. “[Elas] focam mais em desenvolver a próxima versão [de um smartphone], as atualizações custam caro… então elas, às vezes, optam por um em detrimento do outro”, comentou.

A velocidade das atualizações do Android parece estar mais rápida nos últimos anos. O Android 13, lançado em 2022, já é a versão mais usada do sistema operacional. Atualizações de segurança, que são as que o Google leva em conta nos contratos, podem ser instaladas mesmo em versões mais antigas do sistema.

Google é acusado de monopólio

O Google está sendo processado pelo Departamento de Justiça dos EUA. A acusação é que a empresa usa seu poder econômico para formar um monopólio no mercado de pesquisas online, impedindo o surgimento de novos concorrentes.

Os depoimentos de executivos do Google e de concorrentes, como Apple, Microsoft e DuckDuckGo, já revelaram informações bastante interessantes sobre os bastidores da indústria.

O Google, por exemplo, queria seu app pré-instalado nos iPhones. A Apple considerou usar o DuckDuckGo como padrão no modo privado do Safari. E Satya Nadella, CEO da Microsoft, diz que o Bing não é pouco usado porque é ruim, mas é ruim porque pouca gente usa.

Com informações: 9to5Google

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.