Governo quer criar espécie de poupatempo digital para facilitar atendimento

Jean Prado
• Atualizado há 7 meses

O governo federal quer digitalizar mais serviços públicos e os oferecer em uma plataforma online de atendimento, criando uma espécie de “poupatempo digital”. Nesta quarta-feira (18), o Ministério do Planejamento anunciou um censo para identificar quais serviços podem ser digitalizados, como os que são oferecidos pelo Poupatempo no estado de São Paulo para quem precisa tirar documentos e resolver outros assuntos.

Segundo o Estadão, a medida “faz parte de ampla reforma da gestão pública que o presidente Michel Temer vai anunciar em março” para melhorar o atendimento, mas também reduzir custos com pessoal, economizando até 5% do que é desembolsado hoje. O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse ao jornal que a economia poderá chegar a bilhões de reais para os cofres públicos. “O objetivo não é demitir pessoas, mas reduzir o custo do Estado”, disse o ministro.

Oliveira ainda reconheceu que “o relacionamento do cidadão com o Estado é ultrapassado, burocrático e muito lento”. Apesar de o Brasil ter 102 milhões de usuários na internet, o ministério diz que 64% da população com mais de 16 anos nunca interagiram de modo online com um órgão público.

Essas medidas fazem parte da Plataforma de Cidadania Digital, criada pelo decreto nº 8.936/16, para, entre outras coisas, facilitar e disponibilizar o acompanhamento de serviços públicos em meios digitais em uma plataforma unificada. Segundo o Ministério do Planejamento, o censo lançado hoje também é uma oportunidade para o governo “conhecer de forma mais estruturada” os serviços que ele mesmo oferece.

Poupatempo

Para identificar os serviços públicos que podem ser digitalizados, vários ministérios do governo, como os de Planejamento, Cultura e Justiça, responderão a um questionário para catalogar os serviços públicos utilizados por cidadãos e empresas. O censo detalha as fases do serviço, a quem se destina, os documentos necessários, a quantidade de etapas, o estágio de digitalização do serviço, entre outros.

Estudos divulgados pelo Estadão ainda apontam que o governo pode ter uma baita economia. Países que implementaram atendimento online para serviços públicos, como o Canadá, Reino Unido, Noruega e Austrália, viram o custo operacional cair de US$ 14,09 para US$ 0,39 (!) em cada atendimento.

Se o serviço funcionar direito, a economia pode impactar mais ainda o cidadão, já que ele não precisa tirar um dia do trabalho ou gastar com locomoção para pegar filas enormes e no final o sistema estar fora do ar (quem nunca?). A autenticação na plataforma será feita conforme o banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a partir da base de informações biométricas do órgão, que tem 55 milhões de brasileiros cadastrados.

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Jean Prado

Ex-autor

Jean Prado é jornalista de tecnologia e conta com certificados nas áreas de Ciência de Dados, Python e Ciências Políticas. É especialista em análise e visualização de dados, e foi autor do Tecnoblog entre 2015 e 2018. Atualmente integra a equipe do Greenpeace Brasil.