Grupo antipirataria com Netflix, Disney e Amazon se expande na América Latina

Coalizão que tem como meta reduzir a pirataria digital ampliou quadro de membros com a adição de 11 novas empresas de mídia e entretenimento

Paula Alves
TV ligada em um serviço de streaming (Imagem: Glenn Carstens-Peters/Unsplash)

Neste mês, a Alliance for Creativity and Entertainment (ACE), coalizão antipirataria que conta com nomes de peso da indústria de mídia e entretenimento, deu um importante passo para aumentar seu alcance em outros mercados. Nada menos do que 11 novas empresas se juntaram ao grupo, elevando seu número de membros para 52, e marcando um importante avanço na América Latina.

Lançada em 2017, a ACE é um grupo criado para combater a pirataria digital. Para isso, a coalizão utiliza a experiência e os recursos de dezenas de empresas – além da expertise de uma rede de especialistas, que operam em parceria com os governos locais e organizações internacionais – para conter essa ameaça.

Criada, inicialmente, por 30 dos maiores conglomerados de mídia e entretenimento do planeta, o grupo tem em seu quadro companhias ligadas ao cinema, à TV e aos streamings. Entre elas, estão nomes como Netflix, The Walt Disney Company, Warner Bros. Discovery, HBO, Hulu, Lionsgate, Metro-Goldwyn-Mayer (MGM), NBCUniversal, Paramount Pictures e Sony Pictures Entertainment.

Agora, com a adição de novas empresas que vêm da América Latina, Europa, Oriente Médio e Ásia, o grupo aumenta seu impacto global, que já havia ganhado reforços ao longo do ano, com membros focados na pirataria esportiva ao vivo.

“Para ser claro, estamos apenas começando. Tanto a curto quanto a longo prazo, a ACE continuará a expandir nosso alcance e impacto global à medida que perseguimos e encerramos empresas ilegais de pirataria”, contou Jan van Voorn, vice-presidente executivo e chefe de proteção de conteúdo global da MPA e chefe da ACE, em comunicado oficial.

Netflix agora deixa ver e deslogar de dispositivos vinculados à sua conta / Foto de cottonbro studio / Pexels
Netflix faz parte do quadro de membros da ACE (Imagem: Foto de cottonbro studio / Pexels)

América Latina ganha membros importantes na ACE

Na lista de novas adições, o destaque fica por conta das empresas latinas, que mostram uma importante preocupação com o tema neste mercado. Apesar da gigante Televisa já fazer parte da ACE, vale lembrar que para além dos estúdios e streamings hollywoodianos, o mercado de mídia latino é uma potência mundial.

Veja abaixo as novas empresas que agora também fazem parte do quadro da ACE:

  • Ampro, empresa de mídia da América Latina;
  • Caracol TV, empresa colombiana que produz e transmite conteúdo multiplataforma;
  • Chilevisión, rede chilena de televisão aberta;
  • Estudios TeleMexico, produtora de mídia de propriedade majoritária da Paramount Global (sede no México);
  • France Televisions, emissora de televisão pública nacional francesa;
  • GMA Network, empresa de radiodifusão líder nas Filipinas;
  • Ole Distribution, divisão de distribuição de TV da Ole Communications na América Latina;
  • OSN, empresa de conteúdo de entretenimento que atende o Oriente Médio e Norte da África (sede em Dubai);.
  • RTL Deutschland, empresa líder em entretenimento cross-media da Alemanha;
  • TeleColombia, empresa de produção de mídia de propriedade majoritária da Paramount Global (sede na Colômbia);
  • Total Media, empresa de distribuição de mídia na América Latina.

Pirataria é desafio global

De acordo com o comunicado, além de aumentar a abrangência do grupo, a expansão da ACE ajuda a criar novas parcerias com autoridades locais, inclusive as policiais.

“Cada novo membro viu em primeira mão a ameaça que a pirataria representa para seus negócios e reconheceu que ingressar na ACE é a maneira mais eficaz de combater essa ameaça. A cada novo membro, a ACE fica mais forte e mais bem equipada para proteger a economia criativa”, explica Charles Rivkin, presidente e diretor executivo da Motion Picture Association e presidente da ACE.

Segundo a própria coalizão, ao longo dos últimos anos eles foram bem-sucedidos contra serviços de streaming ilegais, fontes de conteúdo não autorizados e seus operadores.

Vale lembrar que a pirataria de conteúdo é um problema global e que streamings esportivos ilegais são uma das bolas da vez nesse mercado criminoso.

Com informações: ACE e Torrent Freak

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Paula Alves

Paula Alves

Repórter

Paula Alves é jornalista especialista em streamings e cultura pop. Formada pela Unesp (Universidade Estadual Paulista), antes do Tecnoblog, trabalhou por sete anos com jornalismo impresso na Editora Alto Astral. No digital, escreveu sobre games e comportamento para a Todateen e sobre cinema e TV para o Critical Hits. Apaixonada por moda, já foi assistente de produção do SPFW.