Huawei cogita vender Honor, marca de celulares baratos
Huawei pode vender divisão Honor para distribuidora Digital China, mas TCL e Xiaomi também são potenciais compradoras
Huawei pode vender divisão Honor para distribuidora Digital China, mas TCL e Xiaomi também são potenciais compradoras
Fortemente atingida pelas sanções comerciais aplicadas pelo governo dos Estados Unidos, a Huawei Technologies deve se desfazer de uma de suas marcas para lidar com a situação: há rumores de que a companhia irá vender a divisão de smartphones Honor para a Digital China por um valor que pode chegar a US$ 3,7 bilhões.
A Honor surgiu em 2013 e lança, desde então, celulares voltados ao público jovem e a consumidores com orçamento mais restrito. Os aparelhos da marca são comercializados principalmente na China, mas também têm presença significativa no sudeste da Ásia e parte da Europa.
Graças a esses mercados, a Huawei conseguiu vender 14,6 milhões de aparelhos Honor apenas no segundo trimestre de 2020, número que corresponde a 26% das 55,8 milhões de unidades comercializadas pela companhia no mesmo período.
O problema é que, diante da dificuldade de obter software e componentes para celulares em função das sanções impostas pelo governo americano, a Huawei está tendo que rever as suas prioridades. Aparentemente, a companhia pretende se concentrar em smartphones high-end daqui para frente.
Essa seria a principal razão para a venda da Honor. Outro motivo seria o fato de essa divisão operar com margens de lucro pequenas, o que significa que o impacto financeiro da transação não seria muito grande para a Huawei.
Fontes próximas à empresa informaram à Reuters que as negociações com a Digital China estão avançadas. A companhia é a principal distribuidora de celulares Honor atualmente.
O valor da compra ainda não teria sido definido, mas fala-se que o montante deve variar entre 15 bilhões e 25 bilhões de iuanes, ou seja, ficaria na faixa entre US$ 2,3 bilhões e US$ 3,7 bilhões.
Outros potenciais compradores não foram descartados, no entanto. Entre eles estariam a TCL e, veja só, a Xiaomi.
Para Kuo Ming-chi, analista da TF International Securities, a venda da Honor seria muito interessante para a indústria chinesa, pois livraria a marca das sanções aplicadas pelos Estados Unidos.
As empresas mencionadas foram procuradas pela Reuters, mas nenhuma comentou o assunto.