Intel, Nvidia e TSMC alertam: escassez de chips não acabará tão cedo

Escassez global de chips virou problema crônico: Intel, Nvidia e TSMC sugerem normalização em 2022 ou, ainda, 2023

Emerson Alecrim
• Atualizado há 11 meses
Processador Core de 11ª geração (imagem: divulgação/Intel)
Processador Core de 11ª geração (imagem: divulgação/Intel)

Uma pergunta incômoda tem pairado sobre o setor de tecnologia: quando a atual escassez de chips chegará ao fim? As respostas dos principais nomes do segmento não são animadoras. A TSMC, que fabrica processadores para a Apple e outras companhias, sinalizou que a solução não aparecerá antes de 2022. Intel e Nvidia deram previsões parecidas.

O problema é consequência, em grande parte, da pandemia de COVID-19. Com muita gente passando mais tempo em casa, a procura por notebooks, smartphones, tablets e TVs, por exemplo, aumento consideravelmente em 2020.

Quase que ao mesmo tempo, a indústria automotiva, que tinha paralisado linhas de montagem em várias partes do mundo nos primeiros meses da pandemia, teve uma retomada de produção com demanda muito acima do esperado.

A combinação desses e de outros problemas fez o setor de semicondutores enfrentar uma crise que afeta praticamente todos os ramos da indústria: falta chip para celulares, PCs, carros, máquinas de lavar e assim por diante.

Recentemente, a TSMC anunciou um investimento de US$ 100 bilhões para a construção de mais fábricas. Mas esse é um plano de longo prazo: o montante vai ser investido durante três anos.

Para um futuro próximo, a companhia avisou que a escassez global de chips perdurará, podendo chegar a 2022 ou 2023. O problema é tão grave que afeta até a Apple: a companhia tem certa prioridade na encomenda de chips, pois possui recursos financeiros para encomendar grandes volumes e negociar preços. Mesmo assim, o problema já dificulta a produção de iPads e MacBooks.

Não vai ser surpresa se a próxima geração de iPhones também for prejudicada.

Fábrica da TSMC (imagem: divulgação/TSMC)
Fábrica da TSMC (imagem: divulgação/TSMC)

Sobre a Nvidia, a companhia tem sido questionada sobretudo pela falta de placas de vídeo da atual série GeForce RTX 3000. Com algum esforço, é possível encontrar modelos dessa linha no varejo, mas a procura é tão alta que os preços dispararam.

De novo, não há sinal de melhora da situação no curto prazo. A Nvidia alertou que a demanda continuará maior do que a oferta durante todo o ano de 2021. Há boas chances de que o problema continue existindo no começo de 2022.

Em entrevista recente, Pat Gelsinger, CEO da Intel, declarou que o problema pode durar “alguns anos”, dando a entender que a normalização pode acontecer apenas em 2023.

Mas, para a Intel, esse cenário tende a ter um efeito positivo. A companhia planeja investir US$ 20 bilhões na construção de duas fábricas nos Estados Unidos para fabricação de chips sob encomenda. A alta demanda pode levar a empresa a obter clientes dentro desse modelo de negócio com relativa facilidade.

Enquanto isso, é bom manter a atenção: como o exemplo da Nvidia deixa claro, enquanto a demanda não corresponder à oferta, os preços de equipamentos deverão seguir aumentando.

Com informações: Ars Technica, 9to5Mac, The Verge.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.