O que a Intel não disse sobre o processador de 28 núcleos a 5 GHz

Felipe Ventura
Por
• Atualizado há 2 anos e 4 meses

Durante a feira Computex, a Intel apresentou um processador com 28 núcleos funcionando a 5 GHz. Ela prometeu lançá-lo no quarto trimestre, mas revelou poucas informações — não sabemos nem mesmo seu nome oficial.

E a Intel confessa que deixou de mencionar um detalhe bem importante: ela fez overclocking extremo no processador, e precisou usar um resfriador industrial para a máquina não derreter.

Um representante diz ao Tom’s Hardware que, “na empolgação do momento”, a empresa se “esqueceu” de dizer ao público que fez overclock no sistema. Ou seja, ele será vendido a um clock inferior a 5 GHz.

A Intel estava usando um resfriador de água Hailea HC-1000B que consome até 1.000 W. O sistema também requer uma fonte de alimentação de 1.300 W, levando o consumo máximo de energia a absurdos 2.300 W.

Na apresentação, a Intel sugeriu que esse processador seria voltado para gamers. Depois, ela esclareceu que seu alvo será o mercado de workstations profissionais. O chip usará o enorme soquete LGA3647 (de 3.647 pinos) compatível com alguns processadores Xeon.

Além disso, ele será fabricado no processo 14 nm++, o que realmente torna inviável rodar tantos núcleos a 5 GHz com resfriamento tradicional. A empresa só conseguirá lançar processadores de 10 nanômetros em 2019.

De um jeito ou de outro, esse chip deve custar caro. Como lembra o Ars Technica, a linha Xeon de 28 núcleos começa em cerca de US$ 8.700.

Esse caso me fez lembrar da CES 2012, quando a Intel demonstrou um ultrabook rodando um jogo em DirectX 11, mas na verdade era apenas um vídeo no VLC.

Com informações: Tom’s Hardware, Ars Technica.

Receba mais sobre Intel na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Felipe Ventura

Felipe Ventura

Ex-editor

Felipe Ventura fez graduação em Economia pela FEA-USP, e trabalha com jornalismo desde 2009. No Tecnoblog, atuou entre 2017 e 2023 como editor de notícias, ajudando a cobrir os principais fatos de tecnologia. Sua paixão pela comunicação começou em um estágio na editora Axel Springer na Alemanha. Foi repórter e editor-assistente no Gizmodo Brasil.

Relacionados