Intel quer voltar com modelo “tick-tock” para liderar desempenho de CPUs
Dificuldades com chips de 10 nm fizeram Intel abandonar ciclo “tick-tock” de lançamento de chips, mas CEO promete volta do modelo
Dificuldades com chips de 10 nm fizeram Intel abandonar ciclo “tick-tock” de lançamento de chips, mas CEO promete volta do modelo
A Intel está sob novo comando. Pat Gelsinger assumiu o cargo de CEO da companhia em fevereiro e, em um evento online realizado na terça-feira (23), prometeu uma série de mudanças para a Intel voltar a ter o prestígio de outrora quando o assunto é processador. Para isso, o executivo considera até recriar a antiga estratégia tick-tock.
Se você não tem ideia do que isso significa, eis uma rápida explicação. Por cerca de dez anos, a empresa lançou processadores baseando uma geração em uma nova tecnologia de miniaturização e, na geração seguinte, combinava esse mesmo processo de fabricação com uma nova e mais moderna arquitetura. Pois bem, a primeira geração consistia na fase “tick”; a segunda, na “tock”.
Tomemos como exemplo os processadores Broadwell, lançados em 2014. Esses chips foram os primeiros da Intel com tecnologia de 14 nanômetros. Em 2015, a Intel trouxe os primeiros processadores Skylake, que continuaram tendo 14 nanômetros, mas tiveram como base uma nova arquitetura. Os chips Broadwell são “tick” enquanto os modelos Skylake são “tock”, portanto.
O problema é que a Intel teve muita dificuldade para implementar a sua tecnologia de 10 nanômetros. Se a companhia tivesse conseguido manter o ritmo de lançamentos, chips com essa tecnologia teriam sido apresentados em 2016. O que a gente viu, porém, foi a companhia “reciclando” o processo de 14 nanômetros exaustivamente.
Em outras palavras, a dificuldade de implementação da tecnologia de 10 nanômetros forçou a Intel a abandonar a abordagem tick-tock e, no lugar, colocar um modelo chamado PAO — sigla em inglês para “Processo-Arquitetura-Otimização” — para lançar gerações com a tecnologia de 14 nanômetros otimizada tantas vezes quanto possível.
Com efeito, os primeiros processadores de 10 nanômetros da companhia só surgiram em 2019 com o lançamento oficial dos chips Core de décima geração (Ice Lake).
Durante uma sessão de perguntas e respostas após a conferência, Pat Gelsinger explicou que o modelo tick-tock deve ser restabelecido para permitir à Intel ter um cronograma de lançamentos de processadores mais consistente.
Para tanto, a companhia trabalhará para que novos graus de miniaturização de seus chips sejam alcançados em intervalos regulares, o que significa que várias gerações “tick” surgirão seguidas, obviamente, de mais versões “tock”.
Mas esse é um plano que só terá efeito prático com as unidades Meteor Lake de 7 nanômetros, que deverão ficar prontas em 2021, mas só chegarão ao mercado em 2023. Antes disso, a companhia deverá lançar os processadores Alder Lake, que ainda terão como base uma tecnologia de 10 nanômetros.
Gelsinger espera que, auxiliada por essa abordagem, a Intel possa ser “líder inquestionável” em desempenho de CPUs a partir do período 2024-2025.
Veremos.
Com informações: AnandTech.
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