Magalu demite fundadores do Kabum por justa causa
Magalu alega que fundadores estavam trabalhando para criar empresa concorrente; ex-donos do Kabum acham que houve retaliação por processo
Em 2021, o Magazine Luiza comprou o Kabum, mas a transação foi parar nos tribunais, e a briga judicial parece longe de ter um desfecho. No mais recente episódio, os dois fundadores do e-commerce de informática e games foram demitidos por justa causa da varejista.
As informações foram obtidas pelo jornal Valor Econômico. Segundo a publicação, Thiago e Leandro Ramos tiveram seus contratos com o Magalu suspensos por 30 dias antes da decisão de encerrá-los. Os dois eram contratados pela CLT no Magazine Luiza.
A demissão por justa causa se deu, de acordo com o jornal, porque os fundadores do Kabum estavam trabalhando para criar uma nova empresa, que seria concorrente do Magalu.
Thiago e Leandro Ramos negam. Eles moveram uma ação trabalhista, acusando a empresa de demissão por justa causa “imotivada”. Se isso for comprovado, o Magalu terá que fazer uma série de pagamentos aos fundadores do Kabum, como multas rescisórias, bônus e danos morais.
Na ação trabalhista, os advogados dos irmãos dizem que a demissão foi uma retaliação à ação judicial movida contra o Itaú BBA.
O Tecnoblog procurou o Kabum e o Magazine Luiza. O Kabum não respondeu ao e-mail enviado. Já o Magazine Luiza disse que não vai se pronunciar sobre o assunto.
Venda foi parar na Justiça em fevereiro de 2023
O Magalu comprou o Kabum em julho de 2021 por R$ 3,5 bilhões, sendo R$ 1 bilhão à vista. A aquisição foi concluída em dezembro daquele ano. Em 2023, porém, o assunto voltou à tona.
Thiago e Leandro Ramos resolveram processar o Itaú BBA, contratado para assessorar a venda do e-commerce de informática. Eles acusam o banco de favorecer o Magazine Luiza, deixando de lado outras propostas.
Os fundadores dizem que o dono da Havan, Luciano Hang, os procurou ainda em 2020 e estava interessado na loja virtual.
Para os irmãos, o valor de R$ 3,5 bilhões oferecido pelo Magalu era impressionante, mas o contrato foi mal negociado e desvantajoso.
Um dos pontos do negócio é que R$ 2,5 bilhões foram pagos em ações do Magazine Luiza. Os papeis, porém, ficaram travados por 18 meses, e tiveram uma desvalorização de 86% no período.
Em nota divulgada em fevereiro de 2023, o Itaú BBA diz que “os acionistas do Kabum estavam absolutamente cientes de que poderia haver flutuação de valores no mercado acionário” e que foram eles os responsáveis por tomar decisões em relação a condições e cifras da aquisição.
Com informações: Valor Econômico, UOL