Preços do Magalu no e-commerce ficarão “menos atrativos” do que nas lojas físicas
Diretor da varejista anunciou mudança nos preços em apresentação de resultados financeiros; retomada de imposto para vendas interestaduais é motivo do aumento
Diretor da varejista anunciou mudança nos preços em apresentação de resultados financeiros; retomada de imposto para vendas interestaduais é motivo do aumento
Frederico Trajano, diretor-presidente do Magalu, informou nesta terça-feira (16) que os preços do e-commerce ficarão “menos atrativos” do que nas lojas físicas. O motivo do aumento nos valores das lojas online é a retomada da cobrança do Difal ICMS, imposto que incide sobre compras interestaduais — quando o comprador está em um estado diferente da origem do produto.
O anúncio do reajuste nos valores foi dado durante a apresentação dos resultados financeiros do primeiro trimestre do ano. Desse modo, os preços cobrados no e-commerce podem não ser a melhor opção para os clientes, o que deve levar os consumidores a pesquisar os valores nas lojas físicas. Entre janeiro e março de 2023, as vendas do Magalu chegaram à R$ 15,5 bilhões. O resultado é 10% maior do que no mesmo período do ano passado.
De acordo com a assessoria do Magalu, em contato com o Tecnoblog, o repasse do imposto ao consumidor, que elevará os valores dos produtos, é feito de modo parcial. A ideia, segundo a empresa, é que os preços não sofram um aumento “brusco”.
O Difal ICMS é um imposto criado em 2015 para a equilibrar a arrecadação entre compras interestaduais. Antes do imposto, por exemplo, quando um cliente do estado do Rio de Janeiro comprava online um produto de São Paulo, o ICMS (um imposto estadual) só era arrecadado pelo último.
No entanto, o transporte também envolve a estrutura pública do Rio de Janeiro, que não recebe o ICMS que incidiu no produto. Por isso foi criado o Difal ICMS. Em 2021, o STF suspendeu a cobrança do imposto, atendendo o pedindo das varejistas de que não havia lei complementar para regular o ICMS. Em janeiro de 2022, foi publicado uma lei regulando a cobrança e que passou a valer neste ano.
Coincidentemente, o anúncio do aumento do preço no e-commerce aconteceu depois de um trimestre recorde para a plataforma. As vendas de parceiros chegaram em R$ 4,4 bilhões, passando o resultado das lojas físicas e mostrando um crescimento de 19,4%.
Com informações: Folha de São Paulo