Mercado Livre paga até 70% de cirurgia de redesignação de gênero a funcionários trans

Cirurgia de redesignação de gênero é cara no Brasil, mas qualquer funcionário trans do Mercado Livre pode aceitar benefício que cobre até US$ 5.000 da operação médica

Pedro Knoth
• Atualizado há 1 ano e 2 meses

O Mercado Livre vai cobrir gastos de cirurgia de redesignação de gênero a todos os seus funcionários que se identificam como pessoas trans. A varejista se propõe a subsidiar 70% dos custos com o procedimento médico, dentro do valor limite de US$ 5.000 — ou R$ 27.530 em conversão direta. Além da operação, a companhia quer bancar o seguro fiança no aluguel de imóveis residência e assessoria jurídica para alteração de nome e gênero no registro civil.

Mercado Livre
Mercado Livre vai pagar até 70% de cirurgias de redesignação de gênero no valor limite de US$ 5.000 (Imagem: Divulgação)

O benefício do Mercado Livre para subsidiar 70% de cirurgias de redesignação de gênero é elegível a todos os funcionários e funcionárias da empresa, não importando o cargo, com um ano de experiência. A varejista concede 15 dias de licença médica a por ano para que as pessoas trans passem por procedimentos médicos.

No Brasil, uma cirurgia de redesignação de gênero pode chegar até R$ 35 mil, devido ao alto custo dos equipamentos usados para a operação e a baixa quantidade de profissionais especializados nesse tipo de procedimento. Desde 2008, o SUS (Sistema Único de Saúde) oferece a operação. Mas as filas para o procedimento na rede pública costumam ser longas.

Varejista quer pagar seguro de imóvel para pessoas trans

Além da operação, o Mercado Livre quer bancar o seguro fiança para colaboradores transgênero que aluguem um imóvel como residência. Segundo a diretora de Diversidade & Inclusão do Mercado Livre para América Latina, Angela Faria, essa cobertura é de 100%.

“O preconceito é ainda uma barreira grande para as pessoas trans em vários aspectos, inclusive no momento de firmar um contrato de aluguel, quando ainda há muita desconfiança sobre a finalidade do imóvel”, comenta Angela em nota do Mercado Livre.

Já Patrícia Monteiro Araujo, diretora de People do Mercado Livre, avalia que o subsídio de cirurgia e seguro para fiança de imóveis podem ajudar no verdadeiro bem-estar de pessoas trans:

“A comunidade LGBTQIA+ é um dos focos da nossa estratégia de Diversidade e Inclusão. Queremos que nossos profissionais escolham o Mercado Livre porque se identificam com o nosso propósito, valores e cultura. Por isso, estamos ampliando nossos esforços, com benefícios tangíveis e voltados a questões importantes e que são fundamentais para os nossos colaboradores e colaboradoras.”

O Mercado Livre também concede assessoria jurídica para mudança de nome e gênero no registro civil, além de apoio psicológico especializado. Dentro de seu ambiente de trabalho, todos os banheiros são neutros, em apoio a colaboradores e colaboradoras trans na empresa.

Uma delas é Giulia Britto de Lima, representante de Atendimento ao Cliente do Mercado Livre em São Paulo. Mulher trans, Giulia alega que a jornada pela inclusão é de todos.

Outro funcionário trans é Matheo de Alcantara Rossi, representante no centro de distribuição do Mercado Livre em Extrema (MG). Ele se diz seguro de que a empresa irá tomar qualquer providência a sinais de desrespeito e preconceito.

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Pedro Knoth

Pedro Knoth

Ex-autor

Pedro Knoth é jornalista e cursa pós-graduação em jornalismo investigativo pelo IDP, de Brasília. Foi autor no Tecnoblog cobrindo assuntos relacionados à legislação, empresas de tecnologia, dados e finanças entre 2021 e 2022. É usuário ávido de iPhone e Mac, e também estuda Python.