Microsoft faz acordo com Nintendo que mantém jogos com paridade de conteúdo

Empresas assinaram um contrato de 10 anos que visa levar títulos do Xbox e da Activision Blizzard para os jogadores da Nintendo

Paula Alves
• Atualizado há 10 meses

Nesta terça-feira (21), o presidente da Microsoft, Brad Smith, anunciou que a empresa assinou um contrato de 10 anos com a Nintendo para levar os jogos do Xbox aos jogadores da desenvolvedora japonesa. Embora já tivesse sido anunciada, a parceria foi fechada antes do esperado, e oficializada no mesmo dia em que a empresa enfrentará uma audiência com reguladores da União Europeia a respeito de sua compra da Activision Blizzard.

Microsoft anuncia acordo de 10 anos com Nintendo por Call of Duty / Activision / Divulgação
Call of Duty: Modern Warfare II (Imagem: Divulgação / Activision)

A notícia sobre o acordo entre as companhias veio a público ainda em dezembro, quando Phil Spencer, chefe da divisão do Xbox, falou sobre o assunto nas redes sociais. Na época, o contrato foi anunciado apenas como uma possibilidade, só de fato ocorrendo caso a Microsoft conseguisse finalizar a aquisição da Activision Blizzard.

A compra, desde então, enfrentou diversos questionamentos de órgãos reguladores antitruste, o que levou a Microsoft a adiantar o processo e fechar o acordo antes mesmo do previsto.

“Agora assinamos um contrato vinculativo de 10 anos para trazer jogos do Xbox para os jogadores da Nintendo. Isso é apenas parte do nosso compromisso de trazer jogos do Xbox e títulos da Activision como Call of Duty para mais jogadores em mais plataformas”, explicou Smith em seu perfil.

https://twitter.com/BradSmi/status/1627926790172811264?s=20

Ainda segundo o recado do executivo, os jogos compartilhados com a Nintendo chegarão no mesmo dia, com os mesmos recursos e paridade de conteúdo que o Xbox, de maneira que os jogadores de ambas as companhias poderão experimentar Call of Duty e outros games em pé de igualdade.

Call of Duty no Nintendo Switch

Embora o anúncio não especifique todos os jogos que fazem parte da parceria e nem os consoles nos quais eles estarão disponíveis, é de se supor que, muito em breve, Call of Duty estará presente no Nintendo Switch, dispositivo mais recente da desenvolvedora japonesa.

Lançado em 2017, o console portátil possui um poder de processamento relativamente mais baixo se comparado ao de computadores gamers e consoles mais recentes da Microsoft e Sony. O que, é claro, leva a questionamentos sobre como o game irá rodar no dispositivo em questão e que tipo de experiência conseguirá passar aos seus jogadores.

Nintendo Switch (Imagem: Alvaro Reyes/Unsplash)
Nintendo Switch (Imagem: Alvaro Reyes/Unsplash)

Microsoft enfrenta audiência com órgãos da UE

Para além do anúncio feito nesta manhã (21) pelo presidente da Microsoft, o dia de hoje é bastante importante para os rumos da empresa.

Nesta terça-feira (21), a companhia enfrentará uma audiência com os reguladores da União Europeia, um dos órgãos antitruste que expressaram preocupação com a aquisição da Activision Blizzard.

Neste encontro, devem estar presentes representantes da Microsoft, Activision, Sony, Google, Nvidia, Valve, Electronic Arts e Federação Europeia de Desenvolvedores de Jogos, além de outras figuras importantes da indústria.

5 Melhores jogos da franquia Call of Duty
Call of Duty: Modern Warfare Remastered (Imagem: Divulgação / Activision)

Além dos órgãos da UE, as organizações responsáveis do Reino Unido e dos Estados Unidos também contestaram a transação, devido as possíveis implicações que uma movimentação como essa representaria para a indústria.

A Sony, por sua vez, também expressou uma inquietação com a megafusão das empresas, levantando questionamentos sobre as consequências prejudiciais de concorrência para o mercado e a possibilidade da Microsoft deixar de disponibilizar Call of Duty no PlayStation.

Segundo a empresa de software, no entanto, isso seria “economicamente irracional”, o que a levou a oferecer um acordo vinculativo de três anos com a Sony, que rejeitou a proposta.

“Depois de quase 20 anos de Call of Duty no PlayStation, a proposta deles era inadequada em muitos níveis e não levava em conta o impacto em nossos jogadores. Queremos garantir que os jogadores do PlayStation continuem tendo a experiência de Call of Duty na mais alta qualidade, e a proposta da Microsoft mina esse princípio”, explicou o chefe do PlayStation, Jim Ryan, em um comunicado.

Com informações: The Verge e Gizmochina

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Paula Alves

Paula Alves

Ex-Repórter

Paula Alves é jornalista especialista em streamings e cultura pop. Formada pela Unesp (Universidade Estadual Paulista), antes do Tecnoblog, trabalhou por sete anos com jornalismo impresso na Editora Alto Astral. No digital, escreveu sobre games e comportamento para a Todateen e sobre cinema e TV para o Critical Hits. Apaixonada por moda, já foi assistente de produção do SPFW.