Ministro Alexandre de Moraes ordena que Telegram delete mensagem contra PL das Fake News

Se a plataforma não cumprir as ordens, ela terá o aplicativo suspenso no Brasil por 72 horas; Polícia Federal deverá tomar o depoimento dos representantes do Telegram

Ricardo Syozi
Por
Telegram
Telegram (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Após enviar uma mensagem para todos os usuários na qual se apresenta contra o PL das Fake News, o Telegram recebeu uma ordem direta do Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O magistrado manda que o aplicativo apague a nota imediatamente. Caso a decisão seja descumprida, o app será suspenso em todo o território nacional por 72 horas.

A decisão foi anunciada na quarta-feira (10), um dia após o Telegram publicar um texto contra o projeto de lei 2.630/2020. Além de apagar a mensagem, o Ministro exige que a plataforma divulgue um novo texto para seus usuários, que destaca a caracterização de desinformação:

Por determinação do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, a empresa Telegram comunica: A mensagem anterior do Telegram caracterizou FLAGRANTE e ILÍCITA DESINFORMAÇÃO atentatória ao Congresso Nacional, ao Poder Judiciário, ao Estado de Direito e à Democracia Brasileira, pois, fraudulentamente, distorceu a discussão e os debates sobre a regulação dos provedores de redes sociais e de serviços de mensageria privada (PL 2630), na tentativa de induzir e instigar os usuários a coagir os parlamentares.

Moraes fez cinco exigências

De acordo com o G1, Alexandre de Moraes definiu cinco pontos que devem ser cumpridos:

  • a remoção da mensagem enviada pelo mensageiro aos usuário no dia 9 de maio;
  • o envio da nota redigida pelo STF aos mesmos destinatários;
  • em caso de descumprimento, suspensão do Telegram por 72 horas em todo o Brasil;
  • multa de R$ 500 mil por hora em caso de descumprimento, mesmo que o aplicativo esteja fora do ar;
  • a tomada de depoimentos pela Polícia Federal dos representantes do Telegram no Brasil em até 48 horas.

Além disso, o Ministro do STF destacou a má conduta da plataforma ao afirmar que ela “configura, em tese, não só abuso de poder econômico às vésperas da votação do Projeto de Lei, mas também flagrante induzimento e instigação à manutenção de diversas condutas criminosas praticadas pelas milícias digitais”.

Vale lembrar que na mensagem do Telegram enviada na terça-feira (9), a companhia disse que nomes como Google e Meta teriam se unido para “mostrar ao Congresso Nacional do Brasil a razão pela qual este projeto de lei precisa ser reescrito”.

No entanto, horas depois do envio da nota, a Meta negou as alegações do aplicativo de mensagens em uma postagem oficial. Já o Google, divulgou a seguinte mensagem para apresentar o seu posicionamento sobre a mensagem do Telegram:

Nesta terça-feira, 9 de maio, fomos informados de que o aplicativo de mensagens Telegram disparou um alerta aos seus usuários acerca do Projeto de Lei 2630/2020 (PL/2630). No texto, somos citados sem qualquer autorização e não reconhecemos seu conteúdo.

Telegram começou a postar a mensagem exigida pelo STF

Pouco tempo depois da ordem de Alexandre de Moraes, o Telegram passou a enviar a nota para seus usuários:

telegram

Além do texto que o Ministro do STF ordenou que a companhia postasse, o Telegram adicionou uma parte explicando o motivo de fazer o envio das palavras:

Nós recebemos uma ordem do Supremo Tribunal Federal do Brasil que força o Telegram a remover a nossa mensagem prévia sobre o PL 2630/2020 e a enviar uma nova mensagem para os usuários, que está incluída abaixo.

Com informações: Carta Capital.

Receba mais sobre Telegram na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Ricardo Syozi

Ricardo Syozi

Ex-autor

Ricardo Syozi é jornalista apaixonado por tecnologia e especializado em games atuais e retrôs. Já escreveu para veículos como Nintendo World, WarpZone, MSN Jogos, Editora Europa e VGDB. No Tecnoblog, autor entre 2021 e 2023. Possui ampla experiência na cobertura de eventos, entrevistas, análises e produção de conteúdos no geral.

Relacionados