MPF pede que Twitter explique medidas contra fake news no Brasil
Twitter terá que dizer por que usuários brasileiros não têm acesso a recurso para denunciar informações falsas sobre COVID-19
Twitter terá que dizer por que usuários brasileiros não têm acesso a recurso para denunciar informações falsas sobre COVID-19
O Ministério Público Federal pediu que o Twitter preste esclarecimentos sobre a divulgação de conteúdos falsos sobre a pandemia de COVID-19 na plataforma. O ofício foi enviado nesta quinta-feira (6) pelo procurador Yuri Corrêa da Luz.
Segundo o requerimento, o Twitter terá que dizer por que usuários brasileiros não têm a opção de denunciar fake news sobre COVID-19, disponibilizada em outros países, e se há planos para esse recurso ser adotado por aqui.
A rede social precisará, ainda, dizer quais são os critérios para verificar usuários brasileiros e se incluem o envolvimento ou não na veiculação de desinformação sobre saúde pública.
A empresa tem dez dias úteis para enviar uma resposta.
O pedido de explicações chega dias depois de a blogueira bolsonarista Bárbara Destefani ser verificada pelo Twitter. Destefani, do canal de YouTube Te Atualizei, recebeu o selo azul em seu perfil na última terça-feira (4).
A autenticação foi dada por se tratar de “uma pessoa notável no governo, nas notícias, no entretenimento ou em outra categoria designada”, de acordo com uma mensagem automática do Twitter que aparece na página. Ela tem 723 mil seguidores.
Em seu perfil, Destefani questiona a vacinação contra COVID-19. A blogueira também foi alvo de uma decisão do ministro Alexandre de Moraes no inquérito das fake news no Supremo Tribunal Federal (STF) e teve o canal de YouTube desmonetizado por uma decisão de Luís Felipe Salomão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em maio de 2020, Moraes exigiu que a rede revelasse quem era a pessoa por trás do perfil. A peça mencionava o “Gabinete do Ódio”, que, segundo ele, é um grupo dedicado a atacar pessoas e instituições e disseminar notícias falsas.
Usuários do Twitter criticaram a plataforma pela verificação, alegando que isso dá mais alcance e notabilidade ao perfil. O Sleeping Giants Brasil divulgou a hashtag #TwitterApoiaFakeNews para pressionar a rede social a dar esclarecimentos.
Ao Estadão, a empresa disse que não comenta verificações caso a caso, e que o selo serve só para confirmar a autenticidade e garantir que a pessoa por trás do perfil é mesmo quem diz ser.
Com informações: Jota, Folha de S.Paulo, Estadão.