Nokia pode voltar ao mercado de smartphones, mas não do jeito esperado
Já não é mais novidade: a Microsoft comprou a divisão de dispositivos móveis da Nokia e, posteriormente, deu início a um processo de “abandono” da marca – o Lumia 535 é o exemplo mais recente desta empreitada. Mas uma dúvida ficou no ar: será que a parte não adquirida da Nokia pode fazer este nome aparecer novamente em smartphones?
A dúvida é pertinente porque, no acordo com a Microsoft, a “parte da Nokia que continua sendo Nokia” pode ostentar a marca em dispositivos móveis a partir de 2016.
Mas, durante a edição 2014 do evento Nokia Capital Markets Day, realizada nesta sexta-feira (14), o CEO da Nokia Rajeev Suri deu a entender que o retorno ao mercado de celulares é possível, mas não da forma como os fãs da companhia esperam.
Nas palavras do executivo, a companhia está focada, essencialmente, em duas frentes. Uma é o desenvolvimento de softwares e tecnologias para uso industrial ou corporativo. A outra é, como plano futuro, o licenciamento da marca Nokia para outras empresas.
É uma estratégia semelhante à adotada por empresas como Coca-Cola e Porsche. Cientes da força de suas marcas, estas companhias as licenciam para uso em produtos diversos, como tênis, isqueiros e brinquedos.
No caso da Nokia, a ideia é licenciar a marca para uso em produtos eletrônicos. É neste ponto que o nome pode voltar ao segmento de celulares: uma empresa qualquer desenvolveria e produziria estes dispositivos e, mediante um acordo, colocaria a denominação Nokia neles.
Suri ressaltou, no entanto, que esta é uma estratégia para o longo prazo. Não há qualquer acordo fechado ou em negociação para a exploração da marca por terceiros. Se a ideia for levada adiante, é possível que a companhia não o faça antes de elaborar um conjunto de condições (critérios de qualidade, por exemplo) para evitar que a marca Nokia acabe desgastada.
Por ora, a única certeza que se tem é que, a não ser por força de uma reviravolta, a Nokia não pretende mesmo retornar, por si só, ao mercado de dispositivos móveis.
Com informações: Reuters, ZDNet