O Photoshop tem uma ferramenta bem impressionante chamada Content-Aware Fill (preenchimento sensível ao conteúdo). Você pode mover ou retirar elementos de fotos, e o plano de fundo é preenchido automaticamente.

Há algumas limitações: por exemplo, se você remover o olho de uma pessoa, o Photoshop não saberá substituí-lo por outro — mas a inteligência artificial da Nvidia sabe.

Pesquisadores da Nvidia criaram uma tecnologia chamada “image inpainting” que pode reconstruir imagens com buracos. Mesmo se você remover metade de uma foto, a IA será capaz de preencher o restante.

Como isso funciona? Um algoritmo foi treinado com 55.116 combinações de fotos originais e com “máscara”, isto é, com buracos aleatórios que cobrem parte da imagem. Dessa forma, ele aprendeu a reconstruir os pixels ausentes.

Para medir a precisão do algoritmo, os pesquisadores fizeram o teste com outras 25.000 máscaras, mas sem mostrar a imagem original. Ele teve que reconstruir, por conta própria, as partes da imagem que faltavam.

Você pode conferir o algoritmo em ação no vídeo abaixo. Ele poderia se sair melhor em algumas situações — o olho que ele coloca nos rostos não é convincente — mas, no geral, o resultado é bem realista:

“Nosso modelo pode lidar com buracos de qualquer formato, localização ou distância das bordas da imagem. As abordagens anteriores se concentram em regiões retangulares localizadas próximo ao centro da imagem, e muitas vezes dependem de pós-processamento que exige muitos recursos”, dizem os pesquisadores da Nvidia no estudo.

O algoritmo rodou em chips gráficos Tesla V100 e, segundo a Nvidia, “poderia ser implementado em software de edição de imagem para remover conteúdo indesejado”. Será que a Adobe tem interesse?

Com informações: Nvidia, Bleeping Computer.

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Escrito por

Felipe Ventura

Felipe Ventura

Ex-editor

Felipe Ventura fez graduação em Economia pela FEA-USP, e trabalha com jornalismo desde 2009. No Tecnoblog, atuou entre 2017 e 2023 como editor de notícias, ajudando a cobrir os principais fatos de tecnologia. Sua paixão pela comunicação começou em um estágio na editora Axel Springer na Alemanha. Foi repórter e editor-assistente no Gizmodo Brasil.

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