Na semana passada, um especialista em segurança revelou que a OnePlus coleta mais dados de seus usuários do que deveria. Pegou mal, é óbvio. Por conta disso, um dos fundadores da companhia não perdeu tempo: Carl Pei prometeu dar mais clareza sobre os dados que são coletados e, o mais importante, assegurou que informações sensíveis não serão mais capturadas.

OnePlus 2

Praticamente todos os smartphones com Android fazem coleta de dados. Mas, de acordo com a análise de um especialista chamado Chris Moore, o OxygenOS — um Android com interface e recursos próprios da OnePlus, basicamente — captura informações como IMEI, número de telefone, endereços MAC, nomes de redes Wi-Fi, frequência de desbloqueio de tela, informações sobre aplicativos ativos e por aí vai.

A coleta realizada por Google e fabricantes considera apenas dados anônimos, ou seja, que não permitem que usuários sejam identificados após uma análise (ou pelo menos é assim que deveria ser). No caso da OnePlus, porém, o problema é bem mais embaixo: o cruzamento de informações muito particulares, como IMEI e número de telefone, pode permitir que uma pessoa seja identificada e rastreada com relativa facilidade.

No fórum oficial da OnePlus, Pei repetiu o discurso que a companhia havia mandado à imprensa a respeito do assunto, ou seja, afirmou que os dados coletados são enviados a um servidor de maneira segura e que há dois fluxos de coleta: um inclui estatísticas de uso para ajudar na otimização do software; outro possui informações sobre o dispositivo que auxiliam no suporte pós-venda.

Carl Pei
Carl Pei

Mas, diante da preocupação que o assunto gerou, Pei teve que anunciar mudanças. Até o final do mês, o assistente de configuração do OxygenOS informará com mais clareza que o programa de experiência do usuário coletará dados de uso quando for ativado. Além disso, números de telefone, endereços MAC e dados de redes Wi-Fi não serão mais capturados.

Como que para dizer que a OnePlus nunca teve intenção de espionar seus usuários ou faturar com a venda de dados, Carl Pei encerrou a sua mensagem enfatizando que a coleta de dados sempre visou melhorar o atendimento aos usuários, razão pela qual as informações nunca foram compartilhadas com terceiros.

Com informações: The Verge

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.