Portal “sci-fi” transmite imagens ao vivo entre cidades a 600 km de distância
O portal transmite imagens ao vivo de Vilnius, capital da Lituânia, e Lublin, na Polônia; para criador, projeto é "ponte para união"
O portal transmite imagens ao vivo de Vilnius, capital da Lituânia, e Lublin, na Polônia; para criador, projeto é "ponte para união"
A pandemia levou à adoção de medidas de isolamento social ao redor do mundo. Para conter a COVID-19 – doença que se espalha por gotículas no ar -, famílias, amigos e colegas aguardam o momento de se encontrarem quando tudo voltar ao normal. Enquanto isso não acontece, a cidade de Vilnius, capital da Lituânia, encontrou uma solução para aproximar seus habitantes aos moradores de Lublin, na Polônia: um enorme “portal”. O projeto foi elaborado há 5 anos e inaugurado no dia 26 de maio.
Vilnius e Lublin estão a 606 km de distância uma da outra. Mas isso não impediu ambas de colaborarem na construção de um portal que traz imagens em tempo real da outra cidade por meio de câmeras e uma tela gigante. Do lado polonês, ele foi construído em uma praça central; do outro, se localiza perto da estação de trem mais importante da capital lituana.
O projeto é dos engenheiros da Menu fabrikas, da Universidade de Tecnologia de Vilnius Gediminas, ou Vilnius Tech. O formato da tela é um grande círculo, como um espelho de rosto gigante. A escolha lembra fendas interdimensionais de clássicos da ficção científica, como Stargate, e de grandes jogos sobre o tema, como a saga Portal. Não é por acaso: quem está por trás do portal afirma que a forma “é um símbolo conhecido no universo sci-fi”.
Além das prefeituras de Vilnius e Lublin, colaboraram na construção do portal a Fundação Benediktas Gylys e a Crossroads Centre for Intercultural Creative Initiatives. Em comunicado à imprensa, a cidade de Vilnius apontou que o projeto foi feito para estimular pessoas de diferentes comunidades a repensar o significado de união.
“A humanidade enfrenta muitos desafios mortais: polarização social, mudanças climáticas ou problemas econômicos. Mas se olharmos de perto, não é pela falta de cientistas, ativistas, líderes, conhecimentos ou tecnologias brilhantes que provocam essas questões”, diz Benediktas Gylys, president da Fundação Benediktas Gylys Foundation e criador do portal. “É tribalismo, falta de empatia e uma percepção limitada do mundo, que é restrita a nossas fronteiras nacionais”. Ele afirma que o projeto é uma “ponte para união” entre as pessoas, que podem abandonar a polaridade do “eu contra eles”.
Engenheiros planejam expandir o portal para outras cidades da Europa e, depois, para mais continentes — estabelecendo conexões entre comunidades ao redor do mundo. O projeto dá esperança de que, no futuro, seja possível ter pontes digitais e em tempo real entre cidades do Brasil e de outros países.