Preço de Uber, 99 e outros apps de transporte dispara 20% em outubro

IBGE divulga resultados do IPCA de outubro; preços de aplicativos de transporte, eletrônicos e energia elétrica sofrem aumento

Bruno Gall De Blasi
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• Atualizado há 9 meses
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Preços de aplicativos de transporte, como Uber e 99, aumentam no Brasil, segundo resultados do IPCA de outubro (Imagem: Reprodução)

A inflação alcançou apps como Uber, 99 e outros no Brasil. Nesta quarta-feira (10), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os resultados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro. O período foi marcado pelo aumento nos preços de apps de transporte em 19,85%. Também houve acréscimo nos valores das demais categorias, incluindo eletrônicos e energia elétrica.

O IPCA é um dos indicadores para medir a inflação no Brasil. Os resultados divulgados hoje compreendem preços coletados entre 29 de setembro e 28 de outubro de 2021. Neste período, a taxa foi de 1,25%, cifra acima do resultado de setembro: 1,16%. O acumulado no ano e nos últimos 12 meses é de 8,24% e 10,67%, respectivamente.

O grupo Transportes é o segmento com uma das maiores variações neste momento: 2,62% em outubro contra 1,82% no mês anterior. Além do combustível, chama a atenção a disparada em valores de apps de transporte, como Uber, 99 e outros. Neste caso, o resultado escalou de 9,18%, em setembro, para 19,85% no mês seguinte.

A categoria ainda engloba outras altas. Entra na lista o preço das passagens aéreas, que subiu 33,86% em relação à setembro. O preço da gasolina (+3,10%) também merece atenção. Segundo o IBGE, “foi a sexta elevação consecutiva nos preços desse combustível, que acumula altas de 38,29% no ano e de 42,72% nos últimos 12 meses”.

Segundo Amobitec, demanda por corridas vem aumentando nos últimos meses (Imagem: Bruno Gall De Blasi/Tecnoblog)
Segundo Amobitec, demanda por corridas vem aumentando nos últimos meses (Imagem: Bruno Gall De Blasi/Tecnoblog)

Demanda por corridas vem aumentando, diz Amobitec

O Tecnoblog entrou em contato com a Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), que representa serviços como Uber e 99. Em nota, a entidade informou que o setor vem registrando um aumento exponencial na demanda por corridas nos últimos meses. Em consequência, este fator tem levado a um “desequilíbrio temporário entre a oferta e a demanda no mercado”.

“Desde o início da Covid-19, diversas pesquisas (Datafolha, PoderData, Ipec, por exemplo) vêm apontando que as pessoas passaram a usar mais os aplicativos de mobilidade durante a pandemia e, com a reabertura, têm preferido usá-los em seus deslocamentos, por considerarem uma opção mais prática e segura em relação a outros modais com maior aglomeração de pessoas”, afirmaram.

A Amobitec ainda observa que as empresas têm políticas e estratégias próprias relacionadas a preços. Assim, os valores das corridas são influenciados por alguns fatores. São eles o tempo e distância das corridas, condições de trânsito, categoria de veículo selecionada, nível de demanda no horário e local escolhidos, entre outros.

“De acordo com os dados do IBGE, o transporte por aplicativos teve influência baixíssima na inflação de outubro, com peso de 0,17%, em comparação a itens como energia elétrica (5,07%) ou planos de saúde (3,79%), por exemplo”, concluíram.

Pessoa digitando em notebook. (Imagem: Christin Hume/Unsplash)
Preços de artigos de TV, som e informática têm aumento pelo nono mês seguido (Imagem: Christin Hume/Unsplash)

Preços de eletrônicos e energia elétrica sobem em outubro

A inflação também avançou sobre eletrônicos de consumo e energia elétrica. No grupo Artigos de Residência, o IBGE informa que os preços para artigos de TV, som e informática subiram pelo nono mês seguido, com mais um acréscimo de 0,99%. Já os itens eletrônicos e equipamentos tiveram uma alta de 1,54% em outubro.

A conta de luz é outro fator que ganhou mais peso no bolso dos brasileiros. Os resultados do IPCA revelam que a energia elétrica teve uma alta de 1,16%. Mas o instituto observa que o resultado de outubro é menor que o de setembro (6,47%). Vale lembrar que a bandeira de escassez hídrica foi mantida durante o período de análise.

Todos os demais grupos também tiveram alta. Confira os resultados:

GrupoSetembroOutubro
Alimentação e Bebidas1,02%1,17%
Habitação2,56%1,04%
Artigos de Residência0,90%1,27%
Vestuário0,31%1,80%
Transportes1,82%2,62%
Saúde e Cuidados Pessoais0,39%0,39%
Despesas Pessoais0,56%0,75%
Educação-0,01%0,06%
Comunicação0,07%0,54%
Índice geral1,16%1,25%
Fonte: IBGE

Com informações: IBGE

Atualizado às 13h26 com o posicionamento da Amobitec.

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Bruno Gall De Blasi

Bruno Gall De Blasi

Ex-autor

Bruno Gall De Blasi é jornalista e cobre tecnologia desde 2016. Sua paixão pelo assunto começou ainda na infância, quando descobriu "acidentalmente" que "FORMAT C:" apagava tudo. Antes de seguir carreira em comunicação, fez Ensino Médio Técnico em Mecatrônica com o sonho de virar engenheiro. Escreveu para o TechTudo e iHelpBR. No Tecnoblog, atuou como autor entre 2020 e 2023.

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