A Broadcom fez duas ofertas públicas para comprar a concorrente Qualcomm, um negócio que criaria uma gigante dos semicondutores. A primeira proposta, de US$ 103 bilhões, foi rapidamente recusada. A segunda, que seria a “melhor e última” oferecida pela Broadcom, também não foi aceita. No entanto, a Qualcomm afirmou que ainda está disposta a negociar.
Nesta sexta-feira (16), a Qualcomm informou à Reuters que se reuniu com a Broadcom no dia 14 de fevereiro para discutir a oferta de US$ 121 bilhões. O conselho de administração da Qualcomm diz que a proposta “desvaloriza substancialmente a fabricante de chips”, “tem um nível inaceitavelmente alto de risco” e “não é do melhor interesse de seus acionistas”.
O problema da compra da Qualcomm pela Broadcom é que o acordo criaria a terceira maior fabricante de chips do mundo (atrás da Samsung e da Intel), que controlaria uma parte enorme da cadeia de suprimentos de smartphones — em vários mercados, seria um monopólio. Ou seja, uma fusão entre as duas companhias poderia enfrentar uma bela resistência dos órgãos reguladores.
É por isso que a Broadcom, na segunda proposta, ressaltou que o acordo envolvia uma taxa de rescisão, de valor não informado, caso a compra não fosse concluída em um ano devido a entraves com órgãos reguladores. Mas a Qualcomm informou depois que a multa era de US$ 8 bilhões, e esse valor não chegava nem perto de compensar os riscos.
Talvez tenhamos mais um episódio sobre o caso em breve — aumentando ainda mais o valor do que já seria a maior aquisição da história do mercado de tecnologia.