No início da semana, a Broadcom tentou comprar a Qualcomm pela segunda vez, mas não teve jeito: os US$ 121 bilhões propostos foram rejeitados. No comunicado oficial, a Qualcomm argumenta que o valor a “subvaloriza materialmente”, mesmo sendo quase 18% maior do que o da primeira oferta (US$ 103 bilhões).
Os US$ 121 bilhões correspondem a US$ 82 por ação. Destes, U$ 60 seriam pagos em dinheiro e o restante em ações da Broadcom. Esta também assumiria as dívidas líquidas da Qualcomm, estimadas atualmente em US$ 25 bilhões. Mas, para o conselho de administração, os montantes não levam em conta a possibilidade de a Qualcomm comprar a NXP Semiconductors e o seu potencial de crescimento por conta das futuras tecnologias 5G.
Além de subvalorizar a companhia, o conselho da Qualcomm concluiu, por unanimidade, que a proposta da Broadcom não oferece as garantias necessárias para o caso de o negócio ser vetado por autoridades reguladoras, embora a Broadcom tenha incluído na oferta uma taxa de rescisão pensada justamente para a possibilidade de reprovação.
Se a oferta fosse aceita, Broadcom e Qualcomm se tornariam uma gigante dos semicondutores com valor de mercado estimado em US$ 200 bilhões. Hoje, a Broadcom vale US$ 112 bilhões; a Qualcomm, US$ 91 bilhões.
A segunda tentativa da Broadcom foi classificada pela própria como a sua “melhor e última” oferta. Mas ainda há uma chance de o negócio ser concluído: em 6 de março, acionistas da Qualcomm poderão votar pela substituição de membros do conselho administrativo por nomes indicados pela Broadcom. Dependendo de como ficará o quadro, a oferta poderá ser reavaliada.
Com informações: TechCrunch, Bloomberg.