As emissoras Record, SBT e RedeTV! entraram em uma disputa com as operadoras de TV por assinatura e devem retirar suas programações da grade dos clientes. O motivo: uma falta de acordo sobre o custo de exibição por cliente. Seria hora de dizer tchau para o Balanço Geral, A Praça é Nossa e programas do João Kléber?

Imagem: Divulgação/Simba Content

As operadoras afetadas são NET, Claro e Sky. Atualmente, elas não pagam nada para Record, SBT e RedeTV!, mas mantêm acordos com as emissoras Band e Globo. Até agora, as operadoras eram obrigadas a carregar os canais abertos em sua grade de programação, mas essa exigência está prestes a acabar.

A lei da TV paga requer o must carry apenas enquanto houver TV analógica – e ela está passando por um processo do desligamento no Brasil. No Distrito Federal, só há sinal digital; e a partir desta quarta-feira (29), todas as TVs analógicas de São Paulo e de 38 municípios na região metropolitana deixarão de sintonizar.

ATENÇÃO! A partir do dia 29/03 o sinal da Record TV, SBT e RedeTV! deixará de ser exibido nas operadoras pagas NET, Claro, Embratel e Sky pic.twitter.com/swflcLm6i9

— Portal R7.com (@portalR7) March 24, 2017

É importante notar que, até o momento, assinantes da Vivo TV ou Oi TV não serão afetados. E boa parte dos receptores de alta definição (inclusive da Sky) possui receptor embutido de canais abertos, bastando que a instalação da parabólica também contenha uma antena UHF. Os demais clientes poderão acessar os canais se utilizarem uma antena adicional em seu televisor ou conversor digital.

A fim de aumentar a receita, as emissoras excluídas criaram uma joint-venture chamada Simba, que além de participar dessas negociações com as operadoras de TV, também articula a disponibilização em serviços de streaming, como a Netflix e Amazon Prime Video.

Em bastidores, comenta-se que as três emissoras querem um valor de aproximadamente R$ 10 por cliente, o que é considerado abusivo pelas operadoras — visto que os canais são gratuitos na TV aberta.

A situação talvez seja ruim para as operadoras, mas pode ser pior para as emissoras: embora a TV paga esteja em constante queda, o serviço está presente em mais de 18 milhões de lares. Anunciar nos canais do Simba ficaria menos atrativo se eles estiverem fora desse mercado, especialmente porque a TV por assinatura concentra clientes com maior poder aquisitivo.

As operadoras alegam que teriam que repassar o valor cobrado ao consumidor. E, cá entre nós, você pagaria mais caro pelo “privilégio” de assistir canais abertos, cheios de propagandas compre Jequiti e que estão disponíveis de graça ao plugar uma antena?

Com informações: TeleSíntese.

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Escrito por

Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.