Serviço de pirataria se apoia no Telegram depois de ser expulso do GitHub e TikTok

Após saída da plataforma da Microsoft, WishFlix se mantém ativo em um domínio próprio e usa o Telegram como canal de comunicação

Paula Alves

O WishFlix, serviço pirata francês que veicula ilegalmente conteúdos de plataformas como Netflix, Disney+ e Prime Video, não está mais no GitHub. Após viralizar no TikTok e chamar a atenção de empresas de mídia e organizações antipirataria, o serviço precisou se retirar da plataforma da Microsoft e teve derrubada sua conta na rede social de dancinhas.

Produtos piratas (Imagem: Peter Dutton/Flickr)
Pirataria (Imagem: Peter Dutton/Flickr)

Por mais contraditório que possa parecer, os problemas para a WishFlix começaram quando a plataforma viralizou no TikTok, em um vídeo em que mostrava o catálogo de filmes e séries disponíveis em sua plataforma.

Com mais de um milhão de visualizações, o vídeo serviu como uma ótima campanha de marketing para o serviço, mas, em contrapartida, chamou atenção de órgãos responsáveis que resolveram tomar providências sobre o assunto.

O primeiro deles foi o StudioCanal, uma empresa de mídia francesa que exigiu a remoção de seu conteúdo. No aviso de DMCA (Digital Millennium Copyright Act), lei dos EUA que criminaliza a violação de diretos autorais, a companhia apontava a infração cometida pelo WishFlix ao veicular a série francesa La Flamme, disponível no streaming Canal+.

Graças à reclamação, o episódio em questão foi retirado do ar, mas o serviço conseguiu se manter ativo no GitHub, ainda que com a corda no pescoço.

A retirada da rede da Microsoft só foi acontecer mesmo algum tempo depois, quando a ALPA, respeitada organização francesa de proteção da criação audiovisual, resolveu intervir. O órgão exigiu que todo o repositório do site fosse tirado do ar, relembrando que violações a direitos autorais são passíveis de pena de prisão na França.

O TikTok, por sua vez, também decidiu seguir os passos do GitHub e derrubou a conta do serviço, tirando do ar o seu famoso vídeo viral. Logo, outra conta do Wishflix surgiu na rede de dancinhas, dessa vez alcançando números bem menores do que sua antecessora.

Serviço de pirataria se apoia no Telegram depois de ser expulso do GitHub e TikTok  / Reprodução / Torrent Freak
Vídeo do WishFlix que viralizou no TikTok (Imagem: Reprodução / Torrent Freak)

Wishflix navega por águas cinzas

Com um catálogo que conta com algumas das mais populares produções franceses e internacionais, o Wishflix opera em uma “área cinza” da pirataria. Sem cobrar assinatura, o site diz não hospedar os vídeos de seu catálogo diretamente, apenas os incorporando de fontes de terceiros para realizar sua transmissão.

Se arriscando ainda mais do que os sites do gênero, a plataforma hospedou seu repositório diretamente no GitHub, famoso por ter uma política nada tolerante com questões ligadas a direitos autorais.

O assunto, aliás, como visto pela declaração da ALPA, é levado muito a sério na França, país cujas leis são bastante severas na punição contra esse tipo de crime.

Segundo a empresa, em casos de violações reiteradas, a punição aos responsáveis pode levar até a seis anos de prisão e uma multa estrondosa, no valor de um milhão de euros (mais de 5 milhões de reais).

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Wishflix foi expulso do GitHub e opera agora em domínio próprio (Imagem: Christin Hume/ Unsplash)

Site próprio e adesão ao TikTok

O Wishflix ainda não desistiu de se manter no ar.

Apesar da saída do GitHub e dos iminentes riscos, o site conta agora com um domínio próprio, usando um provedor de hospedagem francês para disponibilizar o seu catálogo.

Ainda com muitos filmes e botões quebrados, o serviço parece, no entanto, que está “colocando a casa em ordem”: além de ter conseguido redirecionar seu antigo espaço no GitHub para o novo endereço, ele exibe um aviso na plataforma de que informará seus usuários quando tudo estiver funcionando.

Para isso, o serviço vem usando o Telegram para conversar com o público. A ideia é buscar outras formas de divulgar o serviço e contar com um canal oficial de novidades.

Com informações: TorrentFreak

Leia | Como excluir um vídeo no TikTok [definitivamente]

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Paula Alves

Paula Alves

Ex-Repórter

Paula Alves é jornalista especialista em streamings e cultura pop. Formada pela Unesp (Universidade Estadual Paulista), antes do Tecnoblog, trabalhou por sete anos com jornalismo impresso na Editora Alto Astral. No digital, escreveu sobre games e comportamento para a Todateen e sobre cinema e TV para o Critical Hits. Apaixonada por moda, já foi assistente de produção do SPFW.