Signal vai contratar mais pessoas e melhorar chamadas de vídeo

Planos de expansão acontecem após nova política de privacidade do WhatsApp levar parte dos usuários para o Signal

Victor Hugo Silva
• Atualizado há 3 anos
Signal (Imagem: Divulgação/Signal)
Signal (Imagem: Divulgação)

Depois de ganhar usuários por conta da nova política de privacidade do WhatsApp, o Signal já trabalha para aumentar sua equipe. A Signal Foundation, organização sem fins lucrativos, que criou o aplicativo, quer contratar profissionais para levar melhorias ao serviço. Entre os objetivos, está melhorar as chamadas de vídeo e as conversas em grupo na plataforma.

A informação foi revelada por Brian Acton, cofundador do WhatsApp e presidente executivo da Signal Foundation, em e-mail à Reuters. “Vimos um crescimento sem precedentes na semana passada”, afirmou. “É seguro dizer que por causa desse crescimento recorde, estamos ainda mais interessados em encontrar pessoas talentosas”.

Na semana passada, o Signal chegou a registrar atrasos no envio de códigos de verificação porque havia registrado uma quantidade de cadastros acima da média. Acton não revelou quantos usuários o aplicativo ganhou depois da mudança no WhatsApp. Ele se limitou a dizer que o crescimento foi “vertical”.

O executivo afirmou que, mesmo com a expansão, não há planos de mudar o modelo de financiamento da plataforma, hoje baseado em doações. “Milhões de pessoas valorizam a privacidade o suficiente para sustentá-la, e estamos tentando demonstrar que existe uma alternativa aos modelos de negócios baseados em anúncios que exploram a privacidade do usuário”, continuou.

Vale lembrar que Acton é um dos principais financiadores do Signal. Em 2018, meses após deixar o WhatsApp, ele investiu US$ 50 milhões para criar a fundação que gerencia o app. A organização também recebeu doações de CEO da Tesla, Elon Musk, que promoveu o aplicativo depois que o WhatsApp divulgou a nova política de privacidade.

Signal e Telegram ganham usuários do WhatsApp

WhatsApp (Imagem: Haberlernet/Flickr)

WhatsApp (Imagem: Haberlernet/Flickr)

Os novos termos, que chamaram a atenção para a troca de dados entre o WhatsApp e o Facebook, fizeram usuários migrarem para outros aplicativos de mensagens. Segundo a consultoria Sensor Tower, o Signal teve 17,8 milhões de downloads nos últimos sete dias. O número representa uma alta de 62% em relação à semana anterior.

Pelo mesmo levantamento, o WhatsApp registrou 10,6 milhões de downloads nos últimos sete dias, uma queda de 17% em relação aos sete dias anteriores. A situação levou o aplicativo a reagir ao movimento dos usuários e publicar um FAQ explicando o que compartilha e o que não compartilha com o Facebook.

O Telegram, por sua vez, anunciou na terça-feira (12) que superou a marca de 500 milhões de usuários. Em um intervalo de três dias, o app ganhou cerca de 25 milhões de usuários, número bem acima da média de 2020, quando ganhou 1,5 milhão de usuários por dia.

Enquanto lida com o crescimento de seus concorrentes, o WhatsApp também deverá explicar as mudanças na política de privacidade para autoridades. No Brasil, a Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor) já anunciou que notificará a plataforma em busca de detalhes sobre as alterações.

Leia | Privacidade no WhatsApp: como funciona e quais são as configurações disponíveis

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Victor Hugo Silva

Victor Hugo Silva

Ex-autor

Victor Hugo Silva é formado em jornalismo, mas começou sua carreira em tecnologia como desenvolvedor front-end, fazendo programação de sites institucionais. Neste escopo, adquiriu conhecimento em HTML, CSS, PHP e MySQL. Como repórter, tem passagem pelo iG e pelo G1, o portal de notícias da Globo. No Tecnoblog, foi autor, escrevendo sobre eletrônicos, redes sociais e negócios, entre 2018 e 2021.