Elon Musk critica Facebook, dono do WhatsApp, e promove Signal
Musk sugeriu que Facebook também tem responsabilidade pela invasão de apoiadores de Trump ao Capitólio dos EUA
Musk sugeriu que Facebook também tem responsabilidade pela invasão de apoiadores de Trump ao Capitólio dos EUA
O CEO da Tesla, Elon Musk, voltou a criticar publicamente o Facebook, dono do WhatsApp. O executivo sugeriu que a empresa de Mark Zuckerberg também é responsável pelo ato de apoiadores de Donald Trump em Washington D.C., que culminou na invasão do Capitólio dos Estados Unidos.
No Twitter, Musk apontou que o Facebook vive um efeito dominó. O tweet é acompanhado por uma imagem em que uma peça inicial pequena relembra o site de Zuckerberg que deu origem ao Facebook. O Facemash, como era chamado, exibia, sem consentimento, fotos das estudantes de Harvard e pedia que os usuários indicassem quais eram as mais atraentes.
No mínimo problemático, o site foi apontado por Musk como um problema inicial que levou a outras situações controversas representadas por peças de dominó maiores, chegando à invasão do Capitólio. O argumento seria de que o Facebook não adotou as medidas necessárias para impedir o crescimento de grupos extremistas em suas plataformas.
Horas depois, o CEO da Tesla publicou uma mensagem curta: “use o Signal”. O tweet, que teria sido uma crítica ao WhatsApp, teve mais de 173 mil curtidas, 26 mil comentários e 21 mil retweets. Entre os que compartilharam a mensagem de Musk, está o CEO e cofundador do Twitter, Jack Dorsey.
Não é possível saber se Musk contribuiu com o aumento do número de usuários do Signal. Porém, o aplicativo de mensagens com foco em privacidade relatou algumas horas depois do tweet que estava lidando com atrasos no envio de códigos de verificação porque havia registrado uma quantidade de cadastros acima da média. A situação foi normalizada na tarde desta quinta-feira (7).
Esta não é a primeira vez que o executivo se posiciona contra o Facebook. Em 2018, após o escândalo Cambridge Analytica, Musk removeu as páginas da SpaceX e da Tesla do Facebook e se juntou a Brian Acton, cofundador do WhatsApp, na campanha para deixar a rede social de Zuckerberg. Acton, aliás, investiu US$ 50 milhões no Signal após deixar o Facebook por discordar de alterações no WhatsApp.
As declarações de Musk ocorrem após o Facebook ser alvo de críticas por conta da nova política de privacidade do WhatsApp, que passará a valer em 8 de fevereiro. O documento removeu trechos que indicavam que era possível optar por não compartilhar dados com o Facebook. Além disso, a nova versão detalhou quais informações pessoais o mensageiro oferece para sua controladora.
“O WhatsApp recebe e compartilha dados com as demais empresas do Facebook”, diz a nova política. “Podemos usar os dados fornecidos por essas empresas, e essas empresas podem usar os dados compartilhados por nós para nos ajudar a operar, executar, aprimorar, entender, personalizar, dar suporte e anunciar nossos serviços e as ofertas das empresas do Facebook”.
A prática, no entanto, não é uma novidade. O WhatsApp já compartilha dados com o Facebook desde 2016, quando pediu permissão dos usuários para iniciar a troca de informações. Desde então, a política do app indicava que era possível desabilitar o compartilhamento a qualquer momento. Agora, o texto foi atualizado para indicar que a opção não existe mais.