Sony corta pela metade expectativa de vendas de PlayStation VR2

Headset de realidade virtual custa mais caro que um PlayStation 5 no exterior e oferece compatibilidade menor que concorrentes

Giovanni Santa Rosa

Más notícias para a Sony: os pedidos do PlayStation VR2, até o momento, não decolaram. A baixa procura pelo headset de realidade virtual teria levado a empresa a cortar pela metade o número esperado de unidades vendidas no trimestre de 2 milhões para 1 milhão.

As pré-vendas do aparelho começaram em novembro de 2022, e ele deve chegar às lojas em 22 de fevereiro de 2023. Até agora, a procura foi baixa, bem longe do que aconteceu com o próprio PlayStation 5 ou do concorrente Meta Quest 2, que tiveram listas de espera nas lojas devido à alta demanda.

Um ponto que joga contra o PSVR2 é o preço. Lá fora, ele sai por US$ 549, mais caro que um PS5. Por aqui, o headset sai pelo mesmo do console: R$ 4.499.

Há aparelhos mais caros no mercado norte-americano, como o Valve Index e o HTC Vive Pro 2. Aí, entra outro ponto negativo do PSVR2: a compatibilidade.

Ele só funciona com o console da própria Sony, enquanto concorrentes podem ser usados com outras plataformas, como PCs. Por isso, o headset acaba visto como um acessório caro, não como um aparelho.

Ao site GamesIndustry.biz, a Sony negou as informações da reportagem da Bloomberg. A empresa diz não ter reduzido a produção do headset e que a comunidade está empolgada com o lançamento.

Realidade virtual enfrenta problemas

Enquanto as empresas não param de falar em metaverso, uma realidade nada virtual parece ter batido à porta: a dos balanços financeiros e investidores céticos. Os números do setor, até agora, não são nada bons.

Dados de 2022 apontam para uma queda de 2% nas receitas e de 12% nas unidades despachadas em relação a 2021. Ao todo, o setor recebeu US$ 1,1 bilhão, entregando 9,6 milhões de aparelhos.

As vendas do Meta Quest 2 tiveram uma queda brusca em agosto de 2022, quando o preço sugerido do headset subiu US$ 100.

Oculus Quest 2
Meta Quest 2 (Imagem: Divulgação/Meta)

A empresa também teve que reduzir seus investimentos em tecnologias de realidade virtual, já que os acionistas querem que ela se concentre em inteligência artificial, que tende a dar retornos em um prazo mais curto.

Quem também colocou o pé no freio foi a Microsoft. Na última rodada de demissões em massa feita pela empresa, equipes inteiras de realidade virtual, realidade mista e HoloLens foram cortadas.

Mesmo assim, há quem esteja otimista. A consultoria de mercado IDC projeta que as vendas de aparelhos desse tipo terão um crescimento de 32% em 2023 em relação ao ano anterior.

Mesmo assim, a Sony deve aproveitar pouco este crescimento. Com a expectativa de vender 1,5 milhão de aparelhos, ela deve ficar com uma fatia pequena do mercado de 12,8 milhões de unidades, usando a projeção da IDC. A Meta é líder no setor com folga e representa mais de 85% das vendas.

Com informações: The Verge.

Atualizado com às 16h51 de 1/2 com as informações oficiais da Sony

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.