Nem a Sony esperava que a decadência dos DVDs e Blu-ray fosse tão rápida

Sony Pictures sofre perdas de R$ 3 bilhões devido ao declínio da mídia física

Paulo Higa
• Atualizado há 6 meses

A Sony divulgou nesta segunda-feira (30) que sua divisão de produção e distribuição de filmes vai fechar o último trimestre de 2016 com perda de 112,1 bilhões de ienes, o equivalente a R$ 3,07 bilhões. O motivo? Nem os japoneses esperavam que a decadência nas vendas de mídias físicas, como DVD e Blu-ray, fosse tão rápida.

Segundo o comunicado da Sony Pictures, “a revisão para baixo foi principalmente devido à redução das expectativas sobre o negócio de entretenimento doméstico, conduzida principalmente pela aceleração no declínio do mercado”. À Bloomberg, um porta-voz declarou com todas as letras que “o declínio no mercado de DVD e Blu-ray foi mais rápido que o antecipado por nós”.

Não é o fim do mundo para a Sony: a empresa diz que a divisão de filmes continua sendo importante, e que os lucros da Sony Pictures devem aumentar, já que a companhia tem tomado medidas para expandir seu negócio de filmes e produções de TV. Além disso, a divisão de games, que está gerando mais receita para os japoneses devido ao sucesso do PlayStation 4, deve compensar as perdas.

Enquanto escrevia isto, logo me veio à cabeça uma declaração famosa de Bill Gates, de 2004 (!), quando ele previu que os DVDs “estariam obsoletos em no máximo uma década”. Um ano depois, Gates criticou o esquema rígido de proteção de direitos autorais do Blu-ray (a Microsoft defendia o HD DVD como mídia de alta definição, vale lembrar) e disse que aquele seria “o último formato de mídia física”.

Naquela época, com as nossas conexões discadas ou ADSL de 128 kb/s, era meio difícil acreditar que trocaríamos os discos brilhantes frágeis por um clique num serviço de streaming, mas parece que ele estava certo.

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Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.