Ninguém esperava que o Xperia XZ Premium fosse virar símbolo de uma mudança de rumos para a Sony: potente e requintado que é, o aparelho condiz precisamente com a decisão da companhia de, daqui para frente, só lançar smartphones topo de linha, além de modelos intermediários. Isso significa que os aparelhos premium standard perderam espaço.
Confuso, né? Mas é assim: a Sony classifica seus smartphones em três segmentos. O primeiro é o de flagships, onde estão o Xperia XZ e o Xperia XZ Premium. O segundo é essa linha premium standard, que inclui atualmente os modelos intermediários Xperia X e Xperia X Compact. Por fim, há a linha mid range, que engloba aparelhos como Xperia E5 e Xperia XA.
É uma classificação estranha, afinal, premium standard poderia ser uma expressão alternativa para flagship, não? Seja lá como for, a Sony coloca essa categoria um pouco abaixo de seus topos de linha. Apesar do nome pomposo e dos preços “menos ruins”, esse segmento não atingiu a meta de vendas e, consequentemente, será abandonada, pelo menos por algum tempo.
A afirmação veio de uma apresentação de slides da empresa obtida pelo Xperia Blog (que não tem ligação com a Sony, vale frisar). Mais tarde, a Sony confirmou que o documento é verdadeiro. Nele, há a informação de que, no Japão, o Xperia X e o Xperia X Compact atingiram 85% das vendas estimadas; fora do Japão, as vendas ficaram em apenas 31% do esperado.
De modo global (Japão mais resto do mundo), os flagships da Sony alcançaram 88% da meta de vendas. Os smartphones premium standard, por sua vez, não passaram de 43%. Sob esse ponto de vista, faz sentido que o segmento seja descontinuado.
Por conta disso, a linha Xperia X não vai ser atualizada, pelo menos em 2017. Aos investidores, porém, a Sony apresentou um plano que inclui o lançamento de mais dois flagships neste ano para dividir espaço com o Xperia XZ Premium e o Xperia XZs. Para o segmento mid range, a companhia vai se focar nos modelos Xperia L1, XA1 e XA1 Ultra, que foram lançados não faz muito tempo.
O plano inclui ainda foco maior em mercados potencialmente mais rentáveis, como Estados Unidos, parte da Ásia e regiões da Europa, sempre com a tentativa de dar um ar de requinte aos produtos. Isso indica que a estratégia de preços altos não deve mudar, pelo menos em mercados menos prioritários, como o Brasil.