Os chips ARM Cortex-A75 e A55 são mais potentes e permitem mais combinações de núcleos
Ou: o que os smartphones caros de 2018 terão de novidade
Ou: o que os smartphones caros de 2018 terão de novidade
A ARM anunciou nesta segunda-feira (29) sua nova geração de processadores móveis, que chegará aos smartphones até o começo de 2018. O Cortex-A75 promete desempenho 22% superior em relação ao topo de linha anterior, enquanto o Cortex-A55 tem maior eficiência energética. Os chips permitirão combinações de núcleos diferentes das que conhecemos e são o início de um foco em inteligência artificial.
Os chips são os primeiros com o DynamIQ. Já comentamos sobre a tecnologia: ela tem uma estrutura dinâmica, o que permite mais combinações de núcleos. Boa parte dos processadores para smartphones adota a estrutura big.LITTLE: em chips octa-core, você encontra quatro núcleos econômicos e quatro de alto desempenho; nos quad-core, são dois e dois, respectivamente. A divisão é quase sempre meio a meio.
Mas o big.LITTLE do DynamIQ é mais flexível: Qualcomm, Samsung ou Apple podem desenvolver um processador octa-core que tenha, por exemplo, sete núcleos econômicos (Cortex-A55) e apenas um de alto desempenho (Cortex-A75). A ARM diz que isso melhora o desempenho em tarefas que dependem de um único núcleo e também reduz o consumo de energia do processador.
O Cortex-A75, como explica o AnandTech, é uma novidade focada em desempenho, diferente dos antecessores, A72 e A73, que traziam melhorias no consumo de energia. O novo flagship oferece 22% mais desempenho bruto em relação ao A73. Em benchmarks sintéticos, o ganho chega a 34% (Geekbench 4) e 48% (Google Octane 2.0).
Fora dos smartphones, o Cortex-A75 pode oferecer mais desempenho. Em dispositivos maiores, como Chromebooks e notebooks com Windows 10 (ou, sei lá, automóveis), nos quais a dissipação de calor não é um problema tão grande, o núcleo pode operar a 2 watts e ter desempenho 30% maior que o A73, quando considerado um processador fabricado em 10 nanômetros e com frequência de 3,0 GHz (!).
Já o Cortex-A55 tem novidades debaixo do capô que, na prática, fazem os núcleos econômicos terem ganhos de 15% na eficiência energética e 18% no desempenho por núcleo. O A53 de 14 nanômetros trouxe avanços relevantes (as fabricantes de smartphones conseguiram bons resultados com o Snapdragon 625, mesmo sem baterias tão grandes), então podemos ter boas expectativas para a próxima geração.
Por sua vez, a GPU Mali-G72 tem densidade de performance 20% maior, ou seja, quando consideramos chips do mesmo tamanho, o G72 é 20% mais rápido que o G71. Claro que o chip gráfico traz melhorias em games, mas o foco aqui é aumentar o desempenho em tarefas de aprendizagem de máquina, como destaca o The Verge: há ganhos de até 17%. Com essa e outras mudanças, a ARM quer entregar 50 vezes mais desempenho em inteligência artificial nos próximos três a cinco anos.
Os primeiros smartphones, tablets e notebooks com os novos núcleos da ARM serão lançados entre o final de 2017 e começo de 2018, então espere por um Galaxy S9 ou LG G7 baseado neles. Veremos o que as fabricantes serão capazes de fazer (e quais combinações de núcleos vão adotar).