Faz tempo que o negócio de smartphones da Sony não anda bem, tanto que a empresa já foi alvo de inúmeras especulações apostando numa possível saída dos japoneses do mercado. No entanto, o relatório financeiro mais recente da Sony, referente ao período entre abril e junho de 2016, mostrou que a empresa teve… lucro com dispositivos móveis. Uia!
Tudo bem, a Sony Mobile teve lucro de apenas 400 milhões de ienes, o equivalente a R$ 12 milhões. É uma mixaria perto dos US$ 7,8 bilhões que a Apple conseguiu no período (e mesmo assim considerado um resultado medíocre pelos analistas), mas é algo positivo para um negócio até então culpado pelas perdas da Sony. A divisão de PlayStation, aquela que realmente paga as contas, estava compensando os prejuízos na área de celulares.
Apesar dos lucros, há algumas ressalvas a se fazer. A principal é que, embora não tenha dado prejuízo, a Sony Mobile vendeu bem menos: foram 3,1 milhões de aparelhos comercializados no segundo trimestre de 2016, menos da metade dos 7,2 milhões do mesmo período de 2015. Ela não aparece entre as grandes fabricantes de smartphones no Brasil e também saiu da lista das 12 maiores do mundo.
E como explica a empresa, “a diminuição aconteceu principalmente devido a uma redução nas vendas de smartphones intermediários, além da diminuição nas vendas de smartphones em áreas geográficas não rentáveis, onde medidas de contenção de gastos foram implantadas durante o ano fiscal anterior [até junho de 2016], parcialmente compensadas por uma melhoria na linha de smartphones, refletindo um aumento no foco em modelos de alto valor agregado”.
A Sony brasileira tem, mais que de costume, focado nos modelos mais caros, que possuem margens de lucro maiores. É o caso do Xperia X, um smartphone que, como apontei no review, é discreto em quase tudo, menos no preço de R$ 3.799. O Xperia XA também é caro para quem compete com o Moto G4 Plus. O smartphone mais barato da Sony no país deverá ser o Xperia E5 (e mesmo assim não deve chegar por menos de mil reais, se a política de preços continuar como está).
Além disso, a própria companhia avisa que a reestruturação da Sony Mobile não foi a única responsável pelos lucros, já que houve um impacto devido à flutuação cambial — sem isso, haveria prejuízo de 4 bilhões de ienes (R$ 127 milhões). Ainda assim, bem menos que o equivalente aos mais de R$ 700 milhões queimados no mesmo período de 2015. Agora vai?