Startup de vigilância que usa câmera com inteligência artificial chega a SP

Gabriel, startup carioca que usa câmeras de segurança com inteligência artificial e armazena imagens na nuvem, vai chegar a dois bairros de São Paulo

Pedro Knoth

A startup Gabriel, que usa inteligência artificial em câmeras de segurança, criada no Leblon carioca, anunciou que vai expandir suas operações para São Paulo. De início, a empresa vai instalar os dispositivos inteligentes nos sistemas de edifícios de dois bairros nobres da capital que, segundo a companhia, tiveram aumento de crimes: Jardins e Pinheiros.

Gabriel chega a Jardins e Pinheiros a pedido de moradores

A expansão da Gabriel para São Paulo era custeada pelo aporte de R$ 66 milhões que a startup recebeu em outubro. A entrada na capital paulista se deve a um esforço de moradores de prédios das regiões do Jardins e de Pinheiros, liderada pelo presidente da imobiliária Umuarama, Eduardo Carvalho Simone Pereira. A empresa é responsável pela administração de 230 condomínios nas regiões.

A Gabriel tem 2 milhões de câmeras instaladas no Rio de Janeiro e começou no bairro do Leblon. Segundo um comunicado, a startup foi procurada pelos moradores da capital paulista ao perceber as “pioras dos indicadores de violência” dos dois bairros.

Alguns dos pontos de cobertura da nova Rede de Proteção da Gabriel — como a startup chama a rede de câmeras conectadas — em São Paulo são pontos movimentados dos Jardins e de Pinheiros. São ruas como Haddock Lobo, Alameda Lorena, Pinheiros e Matheus Grou. Por essas vias, a empresa vai instalar 300 equipamentos inteligentes.

Eduardo Carvalho afirma que, em 2021, a presença de policiais nas ruas dos dois barros nobres aumentou em razão do “aumento dos casos de violência”.

“Quem administra condomínios na região também tem percebido mais tentativas de entrada de estranhos, como falsos entregadores ou prestadores de serviço”, disse o presidente da Umurama.

Gabriel armazena imagens das câmeras na nuvem

As câmeras de segurança da Gabriel serão instaladas em condomínios residenciais, casas e comércios, mas vão vigiar em espaços públicos, segundo a empresa. Os equipamentos são capazes de fornecer imagens em alta definição. Elas são armazenadas de forma criptografada na nuvem por seis meses. A empresa alega que esse modelo de guardar os dados é mais seguro, porque o material capturado não fica em um servidor ou dispositivo passível de roubo ou furto.

A Gabriel tem um aplicativo no qual o usuário pode acompanhar o funcionamento das câmeras e acionar uma central que funciona 24 horas por dia. O app também tem um botão para pedir socorro, que funciona como uma linha direta com agentes de segurança.

Quando se trata de cooperar com as autoridades, a Gabriel afirma que colaborou com uma investigação policial no Rio de Janeiro a cada dois dias em apenas dois bairros do município carioca. A startup conta que resgata as imagens das câmeras de forma dinâmica, o que facilita o trabalho dos agentes de segurança.

Em São Paulo, a companhia já firmou um contrato com entidades comunitárias, como o Coletivo Pinheiros, que atua próximo a Rua dos Pinheiros; a Associação dos Moradores e Comerciantes da Rua Mateus Grou (Amateus); e a Associação de Lojistas dos Jardins e Itaim Bibi (Alojsp).

Otávio Miranda, cofundador da Gabriel, disse que a missão da companhia é atender às necessidades dessas associações e impedir crimes contra a propriedade privada e a integridade física:

“Nossa missão aqui é responder à mobilização de moradores e suas associações na nossa área inicial de atuação. Vamos prover segurança a partir da transparência, ética e auditabilidade das ruas: esses são os pilares de cidades verdadeiramente seguras para todos.”

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Pedro Knoth

Pedro Knoth

Ex-autor

Pedro Knoth é jornalista e cursa pós-graduação em jornalismo investigativo pelo IDP, de Brasília. Foi autor no Tecnoblog cobrindo assuntos relacionados à legislação, empresas de tecnologia, dados e finanças entre 2021 e 2022. É usuário ávido de iPhone e Mac, e também estuda Python.