TIM lucra R$ 2,2 bilhões em 2021 com aumento de clientes do pós-pago
Lucro da TIM saltou 17,6% em 2021; operadora cresce pouco na banda larga TIM Live, e estima impacto que linhas da Oi Móvel podem causar na receita
Lucro da TIM saltou 17,6% em 2021; operadora cresce pouco na banda larga TIM Live, e estima impacto que linhas da Oi Móvel podem causar na receita
A TIM Brasil divulgou o balanço financeiro do quarto trimestre de 2021, e a operadora encerrou o ano com lucro líquido normalizado de R$ 2,2 bilhões, alta de 17,6% no comparativo anual. A tele teve bom desempenho no segmento móvel graças ao aumento de linhas na categoria pós-paga, mas cresceu pouco no serviço de banda larga fixa TIM Live.
Confira os principais indicadores do balanço da TIM Brasil de 2021 e a comparação com o ano anterior:
Indicador | 2021 | 2020 | Diferença |
---|---|---|---|
Receita líquida | R$ 18,05 bilhões | R$ 17,26 bilhões | +4,6% |
Lucro líquido normalizado | R$ 2,2 bilhões | R$ 1,87 bilhão | +17,6% |
Custo normalizado de operação | R$ 9,32 bilhões | R$ 8,89 bilhões | +4,8% |
Capex normalizado (investimentos) | R$ 4,38 bilhões | R$ 3,89 bilhões | +12,6% |
Total de linhas móveis (clientes) | 52,06 milhões | 51,43 milhões | +1,2% |
Considerando apenas os dados trimestrais, a TIM encerrou o último quartil de 2021 com alta de 2,6% na receita líquida, mas queda de 26% no lucro líquido normalizado. No segmento móvel, a operadora teve redução de 1,6% em participação de mercado (market share).
O segmento de telefonia móvel é o carro chefe da TIM Brasil, e responde por R$ 16,3 bilhões de toda a receita líquida da operadora — alta de 4,7% em relação a 2020.
Nos indicadores operacionais, a TIM encerrou o ano de 2021 com aumento de 1,2% na base de linhas móveis. O desempenho foi positivo no pós-pago, que cresceu 4,7%, enquanto o pré-pago enfrentou 1,4% de desconexões líquidas. O saldo para a operadora é mais que positivo, dado que clientes com faturamento mensal garantem maior receita e geram maior recorrência.
A TIM também projeta o impacto da incorporação da Oi Móvel no balanço da empresa. A operadora espera que, até 2024, pelo menos 15% da receita líquida de serviços seja composta pelas linhas migradas.
A tele também estima que os clientes oriundos da Oi serão responsáveis por mais de 20% do EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).
A TIM encerrou o ano com cobertura 4G em 4.715 municípios, se posicionando como a maior operadora brasileira com a tecnologia. A frequência de 700 MHz, que garante maior penetração de sinal, está presente em 3.975 cidades, enquanto o 4.5G alcança 1.712 localidades.
Aqui vale destacar que a TIM possui mais cidades com 4G do que 3G, que tem presença em 4.022 municípios brasileiros. O 2G alcança 3.476 cidades, e a operadora possui uma parceria com a Vivo para compartilhamento da rede legada, permitindo a desativação de parte da infraestrutura ociosa em áreas convergentes.
O objetivo da TIM é atender todos os 5.570 municípios brasileiros com tecnologia 4G até 2023. A operadora aposta no uso de antenas conectadas via satélite e alimentadas por energia solar para atender localidades onde o acesso às redes terrestres é difícil.
Os serviços fixos têm representatividade discreta no balanço da TIM Brasil: em 2021, o segmento trouxe R$ 1,14 bilhão em receita líquida, alta de 8,8%. Ao isolar os indicadores da TIM Live a cifra é ainda menor, com faturamento anual de R$ 720 milhões.
A TIM Live cresceu pouco em 2021: a operadora encerrou o ano com 685 mil clientes de internet fixa, alta de 6,1% em comparação com o ano anterior. O desempenho é muito baixo em comparação com teles concorrentes — a Vivo, por exemplo, viu aumento de 36,4 nos contratos de fibra óptica.
A operadora explica que a desaceleração da TIM Live ocorreu por conta do maior foco na criação da I-Systems, empresa de rede aberta em parceria com o grupo IHS Brasil. Além disso, a operadora enfrentou aumento de competição em algumas áreas de atuação e queda de performance nas regiões onde o serviço é prestado com tecnologia xDSL.
Ao final de 2021, a TIM Live tinha disponibilidade para 6,6 milhões de domicílios e 37 municípios, representando alta de 5% na disponibilidade de endereços. Ao longo do ano, a operadora levou o serviço para apenas duas novas cidades.
O serviço de fibra óptica que vai até a casa do cliente (FTTH) alcança 4,1 milhões de domicílios, enquanto a internet por cabos de cobre (xDSL) atinge 3,4 milhões de casas.