Receita da Claro cresce 5,4% com alta no celular pós-pago e internet fixa

Operadora teve crescimento tanto no segmento fixo como na telefonia móvel; maioria absoluta dos clientes do pré-pago usam planos mensais

Lucas Braga
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Ilustração com a marca da Claro repetida várias vezes
Claro é a segunda maior operadora de telefonia móvel do país (Ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A Claro Participações divulgou os resultados financeiros para o 1º trimestre de 2024. A operadora de telecom teve alta de 5,4% no faturamento, impulsionados pelo bom desempenho da receita móvel e crescimento nos assinantes de banda larga fixa.

Confira abaixo os principais indicadores financeiros da Claro para o 1º trimestre de 2024 e o comparativo com o mesmo período do ano anterior.

Indicador1º trimestre de 20241º trimestre de 2023Diferença
Receita líquida totalR$ 11,77 bilhõesR$ 11,17 bilhões+5,4%
Receita de serviços móveisR$ 6,23 bilhõesR$ 5,74 bilhões+8,5%
Receita de serviços fixosR$ 5,01 bilhõesR$ 4,96 bilhões+1,1%
EBITDA (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização)R$ 5,19 bilhõesR$ 4,71 bilhões+10,2%

Por se tratar de uma empresa com capital fechado no Brasil, a Claro não divulga o lucro líquido como fazem as concorrentes Vivo, TIM e Oi. O EBITDA, que representa o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, saltou 10,2% no ano, enquanto a margem EBITDA cresceu 1,9 ponto percentual.

Linhas de celular pós-pago cresceram 8,7%

O segmento de telefonia celular é o carro-chefe da Claro. No trimestre, a receita móvel foi de R$ 6,23 bilhões, com crescimento de 8,5% em comparação com o ano de 2022.

De acordo com a Claro, o bom resultado no móvel ocorreu graças a fatores como liderança na portabilidade numérica, aumento na base de clientes com planos pós-pagos, aumento do gasto médio por usuário (ARPU) e redução de cancelamentos (churn).

Falando de clientes, a Claro encerrou o trimestre com 87,5 milhões de linhas móveis. O serviço pós-pago, que tem maior preço e recorrência de pagamento mensal, atingiu 52 milhões de chips — salto de 8,7% em relação ao ano anterior.

Loja da Claro em Brasília.
Loja da Claro em Brasília (Imagem: Divulgação/Claro)

A tele também cresceu na participação de mercado dos celulares pré-pagos e atingiu a marca de 35,6 milhões de chips. A Claro afirma que 84% dos clientes pré utilizam planos mensais, o que ajuda a aumentar a receita por usuário.

Para crescer no pós-pago, a Claro aposta no Claro Flex, que recentemente deixou de ter redes sociais ilimitadas. De acordo com a empresa, houve crescimento de 79,2% na base do plano digital, por meio de novas vendas ou migração do pré-pago. A operadora não divulga, no entanto, quantas linhas estão cadastradas no serviço.

Em relação à concorrência, a Claro ocupa a vice-liderança do mercado de telefonia móvel, com 34,1% das linhas de celular registradas no Brasil. O pódio é ocupada pela Vivo, com market share de 38,8%, enquanto a TIM figura na terceira posição com 23,9% dos chips.

No 5G, a Claro lidera em dispositivos conectados, com 38% de participação do mercado. No entanto, a tele perde para a TIM em antenas licenciadas e cidades cobertas. A concorrente alcançou 270 municípios atendidos com sinal de quinta geração.

Vendas de banda larga seguram queda da TV paga

A Claro conseguiu segurar as pontas no segmento residencial: a receita com serviços fixos foi de R$ 5,01 bilhões, alta de 1,1% em comparação com o período anterior. O resultado foi possível graças ao crescimento do serviço de internet fixa.

No trimestre, a Claro teve 91,1 mil adições líquidas de banda larga, o dobro registrado no ano anterior. É um bom resultado, considerando especialmente a ampla concorrência com provedores regionais de fibra óptica.

A operadora também teve incremento nos usuários com velocidades a partir de 500 Mb/s, com adição de 2 milhões de clientes no comparativo anual. Todos os planos de internet a partir de 350 Mb/s agora também incluem assinatura do Globoplay sem custo adicional.

Em relação à cobertura fixa, a Claro afirma ter encerrado o trimestre com disponibilidade de rede para 41,5 milhões de domicílios (home passed) em 512 cidades. Esse dado representa tanto a modalidade de cabo coaxial como a fibra óptica pura (FTTH); a operadora não divulgou os dados separados por tecnologia, como costumava fazer em balanços anteriores.

Na TV por assinatura, a Claro mantém a liderança de mercado, com 42,7% dos acessos. No entanto, esse tipo de serviço é cada vez menos utilizado pelos brasileiros. De acordo com dados da Anatel, a tele perdeu cerca de 600 mil clientes de TV a cabo e satélite.

Para conter a queda na base de TV, a Claro tem apostado suas fichas nas versões online do Claro TV+, seja por aplicativo ou por TV Box. Dessa forma, a operadora consegue entregar canais lineares de TV paga com menor carga tributária e com preços menores que no serviço tradicional via cabo ou satélite.

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Claro TV+ Box funciona com internet e não depende de cabo ou satélite (Imagem: Lucas Braga/Tecnoblog)

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Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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