A estratégia do Twitter para ganhar dinheiro com visitantes

Jean Prado
Por
• Atualizado há 2 semanas
twitter-hq

Essa é a hora em que os investidores do Twitter levantam os braços para os céus e comemoram. A rede social anunciou nesta quinta-feira (10) que vai começar a exibir anúncios para visitantes que não estão logados na plataforma, gerando mais receita (ainda) sem piorar a experiência para os usuários cadastrados.

Isso é importante por alguns motivos. O Twitter tem apenas 320 milhões de usuários ativos, segundo o número divulgado pela empresa no último trimestre. No trimestre imediatamente anterior, a rede social acumulava 316 milhões, ou seja, cresceu ínfimos 1,2%.

Já o tráfego oriundo de visitantes que não estão logados chega a 500 milhões (!) por mês, bem mais que o número de usuários. Ainda assim, o Twitter tem menos pessoas logadas mensalmente que o Instagram, Facebook Messenger, WhatsApp e, claro, o Facebook (que tem 1,2 bilhão de usuários ativos a mais que o Twitter).

Mas isso não implica diretamente na relevância da rede social. Não é que o Twitter seja muito menos relevante que o Instagram, por exemplo. Em basicamente qualquer evento importante que é digno de atenção, uma informação em primeira mão é disparada no microblog, que é replicada por toda a internet e sempre é usada pela mídia algumas horas depois.

O problema é que o Twitter não tem muito apelo para o usuário comum, então muitos acabam achando um tweet no Google ou clicando em alguns portais de notícia, mas não criam uma conta ou visitam a rede social mensalmente porque não querem, acham confuso, ou porque já estão satisfeitos com o conteúdo do Facebook, enfim.

Dessa forma, já era hora do Twitter reconhecer isso e transformar as 500 milhões de visitas mensais em dinheiro também. Atualmente, apenas os usuários cadastrados veem anúncios, com base em dados como seguidores e interações.

Para fins de comparação, o Facebook até que já chegou a exibir anúncios para visitantes, o que a rede social chamava de Logout Experience (LOX). Era exibido um banner de tamanho considerável para quem saía do Facebook, mas ele foi descontinuado porque era muito ineficaz. Agora, a rede social é livre de anúncios para quem cai de paraquedas em um post e não está logado (e isso não parece fazer tanta diferença para os lucros).

twitter-anuncio-visitantes

O anúncio seria exibido exatamente como você vê acima, na forma de um tweet promovido, como os usuários normais também veem. A diferença é que o conteúdo do tweet é filtrado pelo contexto do visitante. Como o Twitter não tem dados tão precisos, ele joga com o que está disponível: o contexto.

Vamos supor que você tenha caído no Twitter pesquisando alguma informação relacionada a futebol. Não é difícil para a rede social detectar que você chegou ali porque (supostamente) é fã do esporte e te mostrar algum conteúdo relacionado. O foco das campanhas para visitantes será em obter cliques, conversões e visualizações de vídeo.

Adan Bain, diretor de receitas do Twitter, acredita que esse modelo pode gerar até metade da receita que os anúncios comuns, visíveis a usuários registrados, geram. A rede social já testou outros modelos de anúncios fora do site, mas eles não decolaram.

Até agora, esses tweets promovidos para os visitantes devem aparecer para alguns usuários da rede social nos Estados Unidos, Reino Unido, Japão e Austrália, exclusivamente na versão web. Eles são mostrados apenas nas páginas de perfis e nos detalhes do tweet, enquanto os usuários logados também veem anúncios nas páginas de pesquisa, timeline e nos dispositivos móveis, a partir de aplicativos oficiais.

Com informações: Re/codeTechCrunch.

Receba mais notícias do Tecnoblog na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Jean Prado

Jean Prado

Ex-autor

Jean Prado é jornalista de tecnologia e conta com certificados nas áreas de Ciência de Dados, Python e Ciências Políticas. É especialista em análise e visualização de dados, e foi autor do Tecnoblog entre 2015 e 2018. Atualmente integra a equipe do Greenpeace Brasil.

Relacionados